Djokovic aproveita abuso de erros de Berdych e encara argentino nas semis de Wimbledon

Novak Djokovic fez o que dele se esperava, desde que as zebras começaram a eliminar seus rivais em Wimbledon: em uma partida disputada, soube se aproveitar da quantidade altíssima de erros não-forçados de Tomas Berdych e, pelo quarto ano seguido, está nas semifinais do terceiro Grand Slam do ano.

Após bater o tcheco em três sets (7-6(5), 6-4 e 6-4), na manhã desta quarta-feira, ele agora encara o argentino Juan Martín Del Potro, que neutralizou o saque de David Ferrer, controlou a partida apesar de um preocupante escorregão e se garantiu nas semis também em sets diretos: 6-2, 6-4 e 7-6(5).

A chave da vitória de Djokovic foi a falta de concentração de Berdych em pontos decisivos. As estatísticas da partida mostram isso mais detalhadamente: Berdych errou 25 bolas não-forçadas, contra apenas 13 de Djokovic - 

O mesmo pode ser dito da vitória de Del Potro sobre Ferrer: o argentino faturou 87% dos pontos em seu primeiro saque, contra apenas 64% do espanhol.

Os jogos

O primeiro set de Djokovic contra Berdych foi o mais disputado. Decidido apenas no tie-break, o sérvio bateu o rival em aces (9 a 2), em pontos no primeiro serviço (78% a 68%), cometeu apenas dois erros não-forçados, contra 12 do rival, e não cometeu duplas-faltas, contra uma do tcheco. As pequenas diferenças, acabaram por dar o triunfo ao sérvio por apenas um ponto no tie-break: 7 a 5.

Na segunda parcial, Berdych chegou a abrir 3 a 0 e parecia que levaria o set tranquilamente, lembrando a partida entre ambos na semifinal de 2010 em Londres, quando o tcheco fez 3 a 0 no rival. Mas um "apagão" fez com que ele só vencesse um game até o final da parcial e, com três quebras, Djokovic soube virar o set para abrir 2 a 0.

Foram nove erros não-forçados de Berdych, contra seis de Djoko. Um destes foi no ponto final do set, quando, apesar de ter o saque, erdych mostrou nervosismo e errou uma bola fácil para dar a virada ao sérvio.

No último set, Djoko só precisou quebrar uma vez, e novamente contando com erro de Berdych: uma dupla-falta no quarto game, para abrir 3 a 1. A vantagem seria mantida até o final, com Djokovic garantindo a vaga na semifinal, assim como nos últimos três anos.

Enquanto Djoko garantia sua vaga na quadra um, a quadra central do complexo de Wimbledon via o duelo latino entre Del Potro e Ferrer. O argentino começou a partida de maneira preocupante: um escorregão, que o fez cair sobre seu joelho esquerdo, contundido em rodadas anteriores do torneio.

Curiosamente, após o atendimento médico, ele começou a controlar mais o jogo de pernas e colocou Ferrer para correr. Após forçar o espanhol a conquistar apenas 44% de seus pontos em primeiro serviço, ganhou a parcial por 6 a 2.

No segundo set, a mesma estatística foi decisiva: Ferrer fez mais aces (4 a 1), mais bolas vencedoras (14 a 9), mas aproveitou apenas 69% de seus serviços, contra fantásticos 94% de Del Potro. O argentino abriu dois a zero e encaminhou a vitória.

O set decisivo foi mais disputado. Del Potro não conseguiu repetir as quebras de saque e viu Ferrer melhorar seu jogo ,mas em vão: no tie-break, ele conseguiu virar desvantagem de um mini-break e levou o jogo em 7 a 5. 

Djokovic e Del Potro se enfrentaram recentemente em outra semifinal: em Indian Wells, em março deste ano, o argentino surpreendeu o sérvio e bateu o rival por três sets a zero. Ele, depois, perderia a decisão para Rafael Nadal.

A grama de Wimbledon também viu um duelo recente entre ambos: nas Olimpíadas de Londres, em 2012, eles se encararam na disputa de 3° lugar, com outra vitória do argentino, que levou a medalha de bronze.