Teliana avança no Rio e leva susto com coletiva cheia: 'é muito para mim'

A primeira reação da brasileira Teliana Pereira ao entrar na sala de coletivas do Aberto do Rio foi um susto. “Tudo isso para mim?”. Momentos antes ela havia vencido a romena Alexandra Cadantu por 6-3 e 6-4, avançando na chave de simples. No encontro com cerca de 20 jornalistas, desabafou e admitiu dificuldade em jogar com a pressão da vitória.

“Foi incrível. Não é fácil jogar em casa, não estou acostumada com essa pressão de não poder desapontar a torcida. Mas estou muito feliz, consegui impor meu jogo. É muito para mim (risos). Tudo está sendo uma novidade”, declarou a pernambucana de 25 anos.

Nas arquibancadas da quadra central, tenistas integrantes da seleção brasileira comemoravam cada ponto. O apoio foi visto com alegria pela jogadora, que diz ser rara a amizade entre atletas de alto nível no esporte.

“No feminino, e acho que no masculino também, é difícil ter amizade. O tênis é um meio um pouco egoísta, fico feliz de ver que elas acompanharam e estavam na torcida. Cheguei bem antes ao Rio para olhar, me acostumar com torcida. Quero chegar o mais longe possível”, completou Pereira.

Dificuldade para brasileiros
Responsável por encerrar um jejum de 23 anos sem brasileiras no top 100 do ranking da ATP, ainda em 2013, Teliana comentou as dificuldades para se praticar o esporte no Brasil. Na visão da pernambucana, falta incentivo e troca de informações para que os brasileiros cheguem mais bem preparados aos grandes torneios do circuito.

“A minha resposta ao chegar para a coletiva mostra como tudo acontece mais tarde aos brasileiros. As francesas vão treinar com grandes nomes desde cedo, utilizam os complexos de grandes quadras. Eu vejo o Guga e fico emocionada, mas para os europeus é normal conviver no meio profissional desde cedo”.

A próxima adversária de Teliana sairá do confronto entre a cazaque Yaroslava Shedova e a austríaca Patrícia Mayr-Achleitner, ainda nesta terça-feira, na quadra 2 do Jockey.