Tenista Andy Murray é atacado nas redes por apoio à independência da Escócia
O tenista escocês Andy Murray foi alvo de ofensas na internet, depois de ter declarado seu apoio à independência escocesa no plebiscito realizado na quinta-feira.
Uma das mensagens o chamava de "antibritânico" e lamentava que o tenista - que venceu o torneio de Wimbledon em 2013 - não tivesse sido morto no massacre de Dunblane que, em 1996, vitimou 16 crianças e um professor da escola primária da pequena cidade escocesa, onde Murray também estudava.
Murray é o maior ídolo esportivo da Escócia da atualidade, e tinha se mantido neutro em relação ao plebiscito até quinta-feira, quando começou a votação.
Pela manhã, ele declarou seu apoio à independência pelo Twitter: "Grande dia para a Escócia hoje! Negativismo da campanha do 'não' (contra a independência) nos últimos dias mudou totalmente minha visão sobre isso. Animado para ver o resultado. Vamos chegar lá!"
Derrota
A proposta de independência da Escócia acabou derrotada nas urnas, com 55% dos eleitores optando por manter o país dentro do Reino Unido. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira.
O comentário de Murray provocou uma onda de ataques por parte de simpatizantes do "Não", alguns deles de caráter extremamente ofensivo.
Muitos se referiam ao fato do tenista morar em Londres - insinuando que não seria legítima sua escolha pelo "Sim".
Enviada pelo Twitter, uma das mensagens dizia que Murray também deveria ter sido morto no massacre à escola de Dunblane.
Em março de 1996, Thomas Hamilton, um ex-chefe de escoteiros, invadiu o ginásio da escola primária de Dunblane matando a tiros 16 crianças e um professor, e cometendo suicídio em seguida.
Andy e seu irmão Jamie eram alunos da escola e estavam se dirigindo ao ginásio com o restante da turma quando os tiros começaram. Seus professores agiram rapidamente e levaram os alunos de volta, evitando que a tragédia fosse ainda maior.
O massacre de Dunblane chocou o Reino Unido e acabou provocando a revisão drástica da lei que regula o porte de arma no país. Hoje em dia, salvo raríssimas exceções, é proibido aos britânicos portarem ou manterem armas de fogo em casa.
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