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Iaaf manda saltadora mudar pintura de unhas que apoiava gays na Rússia

Das agências internacionais

Em Moscou (Rússia)

17/08/2013 13h39

A saltadora sueca Emma Green-Tregaro, que pintou as unhas com as cores do arco-íris em apoio à comunidade gay da Rússia, foi proibida de repetir o gesto na final do Campeonato Mundial de atletismo neste sábado.

"Fomos abordados informalmente pela Iaaf (Associação Internacional de Federações de Atletismo, em inglês) dizendo que isso é, por definição, uma violação das regras. Informamos nossos atletas sobre isso", disse Anders Albertsson, secretário-geral da federação de atletismo sueca, a um grupo de repórteres do lado de fora do estádio Luzhniki.

ISINBAYEVA TENTA SE RETRATAR SOBRE POLÊMICA

  • Um dia após virar polêmica em todo o mundo por defender a lei anti-gay russa, a principal atleta do salto com vara no mundo, Yelena Isinbayeva, se disse "mal interpretada", via comunicado oficial, nesta sexta-feira. A medalhista de ouro no Mundial de Atletismo de Moscou afirmou que "se opõe a qualquer discriminação".

"O código de conduta afirma claramente que as regras não permitem nenhuma manifestação comercial ou política durante a competição."

Albertsson disse que a delegação sueca não pressionou Green-Tregaro a mudar a cor do esmalte, mas que "soube pela mídia sueca que agora são vermelhas".

"Se ela sabe que pode estar violando as regras, é uma decisão dela, não temos nenhuma objeção a respeito de como pintam as unhas", acrescentou Albertsson.

O apoio discreto de Tregaro na quinta-feira, durante a classificatória, levou a campeã russa de salto com vara Yelena Isinbayeva a taxá-la de "desrespeitosa com nosso país".

Isinbayeva, embaixadora da Olimpíada de Inverno do ano que vem, que acontecerá em Sochi, um resort russo no Mar Negro, desencadeou uma tempestade midiática ao afirmar que apoiava a polêmica lei.

Ela voltou atrás no dia seguinte, quando disse ter sido "mal compreendida" depois de fazer seus comentários em inglês.

Aprovada em junho, a legislação proíbe certos aspectos da promoção da homossexualidade e se tornou uma batata quente política na véspera dos Jogos de Sochi, quando valerá para atletas e espectadores.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) busca esclarecimentos da Rússia sobre como a lei será aplicada.