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Blatter envergonhou a Fifa, diz ex-vice-presidente Warner

Da Reuters

Em Berlim (Alemanha)

01/06/2015 11h14

Ninguém causou mais vergonha à Fifa do que seu presidente, Joseph Blatter, e ele deveria entregar o cargo a um líder mais jovem, disse o ex-vice-presidente da entidade Jack Warner.

Warner, que foi acusado de pedir suborno, segundo a investigação de corrupção de membros do alto escalão da Fifa conduzida pelos Estados Unidos, foi solto sob fiança de um prisão em Trinidad e Tobago na quinta-feira, de acordo com a mídia local.

?Por que não há investigações na Ásia, ou na Europa??, disse Warner em entrevista à revista alemã Stern publicada nesta segunda-feira. ?Por que não há investigações sobre Joseph Blatter? Nenhuma outra pessoa causou tanta vergonha e desgraça à Fifa?.

Warner é um dos nove dirigentes da Fifa e dos cinco empresários de marketing esportivo acusados pelo Departamento de Justiça dos EUA de conduzir uma organização criminosa que envolveu mais de 150 milhões de dólares em propinas. O ex-presidente da CBF José Maria Marin também foi acusado e está preso na Suíça.

Indagado pela Stern se Blatter, de 79 anos, é corrupto, Warner disse: ?Eu só sei isto: ele foi eleito como chefe da Fifa cinco vezes em seguida. Se é corrupto? Não sei. Se eu tivesse a idade dele... me aposentaria e passaria a presidência da Fifa para alguém mais jovem. Mas cada um tem ideias diferentes do que fazer com a própria vida?.

Outrora um dos homens mais poderosos da organização, Warner se entregou às autoridades na quarta-feira passada, depois que os EUA pediram sua extradição. Promotores afirmam que Warner solicitou subornos no valor de 10 milhões de dólares do governo sul-africano para que o país pudesse sediar a Copa do Mundo de 2010 e que desviou propinas para uso pessoal.

Warner emitiu um comunicado clamando inocência na quarta-feira, dia em que os dirigentes da Fifa foram presos durante operações policiais na Suíça e nos EUA e um segundo inquérito foi aberto pelas autoridades suíças sobre a concessão dos Mundiais de 2018 e 2022 para Rússia e Catar, respectivamente.

(Por Erik Kirschbaum)