Da AFP
Em Leipzig (Alemanha)

Pela primeira vez em 20 anos, o técnico sérvio Bora Milutinovic terá que se conformar em assistir ao sorteio de uma Copa do Mundo, como o desta sexta-feira em Leipzig, sem estar à frente de uma seleção.

Depois de ter dirigido as seleções do México, Costa Rica, Estados Unidos, Nigéria e China, Velibor "Bora" Milutinovic, de 61 anos, desta vez não dirigirá nenhuma equipe no mais importante torneio do futebol mundial, depois de uma frustrada passagem por Honduras, sua última seleção.

Em 1986, Milutinovic levou o anfitrião México, que contava com o notável artilheiro Hugo Sánchez, até as quartas-de-final, sendo eliminado nos pênaltis pela Alemanha.

Na Itália-1990, surpreendeu com a Costa Rica, que se chegou às oitavas-de-final. Quatro anos depois, na Copa do Mundo dos Estados Unidos, Milutinovic voltou a aceitar o desafio de dirigir uma seleção sem tradição, levando os EUA às oitavas-de-final. Mas a equipe americana teve o azar de enfrentar a brasileira, que obteria seu quarto título mundial.

Mas, como um verdadeiro nômade, sem querer fixar residência em lugar algum, Milutinovic abandonou a tranqüilidade dos Estados Unidos, fez as malas e apostou por um novo desafio: o futebol nigeriano, que chegou forte ao Mundial da França-1998 com as estrelas campeãs olímpicas em Atlanta 1996. Uma vez mais seu conjunto se classificou para as oitavas-de-final, quando a Dinamarca cortou as asas das "Águias Verdes".

Na Copa do Mundo da Coréia do Sul e Japão-2002, o poliglota sérvio foi técnico da China, classificando-a pela primeira vez para um mundial, mas não conseguiu passar da primeira fase. A China perdeu seus três jogos.

Com este particular recorde, Bora Milutinovic já inscreveu seu nome na história do futebol. E parece que já tem um sucessor perfeito, com discurso sedutor e também conhecedor de vários idiomas: o holandês Guus Hiddink, atual técnico do PSV Eindhoven e da seleção da Austrália.

Após levar a Holanda até as quartas-de-final do Mundial da França, no de 2002 Hiddink proporcionou uma grande surpresa, ao colocar um dos anfitriões, a Coréia do Sul, entre os quatro melhores.

Há menos de um ano, o holandês, de 59 anos, assumiu outro grande desafio: preparar a Austrália, que há 32 anos esperava para chegar a uma Copa do Mundo. O timoneiro holandês ancorou o barco australiano no porto alemão depois de vencer o tradicional Uruguai na repescagem entre América do Sul e Oceania.