MIYAZAKI, Japão (Reuters) - O técnico de Camarões Winfried Schaefer venceu uma pequena batalha contra os rivais alemães depois de acusar a Fifa de "faltar com respeito aos africanos" antes da partida entre as duas equipes na terça-feira.

A Alemanha perguntou à Fifa se poderia treinar até às 19h30 (horário local) na segunda-feira no estádio de Shizuoka, local do jogo. Mas o técnico Schaefer, que é alemão, disse que não atrasaria seu treino, marcado para às 19h00, pelo fato de Camarões ser o "mandante" do jogo e poder escolher o horário que prefere treinar.

Schaefer, que é uma figura muito popular na Alemanha depois de uma longa carreira como jogador e técnico do Karlsruhe SC e VfB Stuttgart, ficou furioso com o pedido de seus compatriotas e principalmente com a permissão da Fifa, dizendo que se tratava de discriminação contra os africanos.

"Esta é uma demonstração clara de que a Fifa e o Comitê Japonês não têm o menor respeito por Camarões e pelas seleções africanas em geral", disse.

"Nós somos os mandantes e segundo as regras da Fifa temos o direito de escolher o horário de treino. Espero que no futuro as seleções africanas recebam o mesmo tratamento dos times grandes", afirmou.

Mas o assistente-técnico da Alemanha Michael Skibbe disse no domingo que os tricampeões mundiais voltaram atrás e ficariam apenas até às 19 horas. O porta-voz alemão Harald Stenger disse que estava surpreso com a repercussão do caso. "Nós informamos à Fifa e eles concordaram", afirmou.

A Alemanha tem a vantagem do empate para se classificar no grupo E, enquanto Camarões precisa vencer para não depender da Arábia Saudita contra a Irlanda.