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   18h55 - 21/06/2002

Futebol nos EUA é amado por crianças e desprezado por adultos

Por Alan Elsner

WASHINGTON (Reuters) - Depois de um momento de brilho na Copa, o futebol norte-americano está destinado a voltar a ser um esporte adorado por milhões de crianças e ignorado pela maioria dos adultos.

Mesmo jogando bem, os Estados Unidos perderam da Alemanha por 1 x 0 e foram eliminados na sexta-feira. Mas o desempenho que mostrou nos jogos anteriores, com vitórias sobre Portugal e México, confirmou que o futebol dos EUA se desenvolveu muito nos últimos anos.

"A vitória sobre o México ... acordou a imprensa neste país, acordou os torcedores de esportes em geral e mostrou a eles que podemos conseguir grandes coisas contra os melhores do mundo", disse Dan Garber, comissário da liga nacional de futebol do país.

Nos últimos 20 anos, a prática do esporte entre os jovens explodiu. O crescimento foi bem maior que o dos esportes tradicionais, o que faz do futebol o segundo esporte mais praticado por crianças nos EUA, atrás do basquete, segundo estimativas da Associação de Fabricantes de Material Esportivo.

Em 2000, quase 14 milhões de jovens com menos de 18 anos jogavam futebol. A metade joga pelo menos 25 vezes por ano, ou duas vezes por mês. Cinquenta e nove por cento é de meninos e 41 por cento de meninas.

Entre 1989 e 1999, a participação dos jovens no futebol cresceu 73 por cento, comparado com 7 por cento de crescimento do basquete e 5 por cento do beisebol.

Mas esse aumento não se reflete na audiência de jogos profissionais na TV ou no afluxo de torcedores aos estádios.

O futebol ainda é um esporte de minorias, como ginástica ou natação, que consegue chamar a atenção do público uma vez a cada quatro anos.

Alguns analistas acreditam que o futebol simplesmente não combina com os norte-americanos e nunca vai pegar. Outros culpam a falta de pontos e a proibição de os jogadores usarem as mãos.

"Apesar de o futebol ser popular entre algumas mães e uma tonelada de crianças, parece que o interesse se perde quando eles se tornam adultos", segundo o colunista do New York Times Ira Berkow.

"Os laços culturais com esportes como beisebol, futebol americano e basquete ocupam um grande espaço de nosso tempo emocional e mental. Eles estão no nosso sangue assim como o futebol está no resto do mundo. Precisaríamos de uma transfusão esportiva para mudar", escreveu ele.

"O JOGO DE BIN LADEN"

Alguns colunistas norte-americanos são definitivamente contrários ao futebol. Marc Fisher, do Washington Post, denunciou o futebol num texto recente como "o jogo favorito de Osama bin Laden". Ele chamou o esporte de uma "chatice atlética que faz o resto do mundo derrubar governos, destruir estádios de concreto e se apertar contra as cercas que se fazem necessárias para contê-los".

Tom Hart, da US Youth Soccer, que tem 3,1 milhões de associados, disse que o esporte está crescendo, apesar de hostilidades como essa.

"Quando cresci em Arkansas nos anos 1970, havia apenas cinco times de futebol em todo o Estado. Ainda somos um esporte muito jovem neste país e levou décadas para que o futebol (americano) chegasse no ponto onde está hoje", disse ele.

"Há técnicos de futebol americano em colégios que ficam assustados quando alguns dos melhores jogadores decidem ficar no futebol em vez do futebol americano."

Quase 2 milhões de pessoas assistiram à vitória dos EUA sobre o México pela TV, apesar de o jogo ter sido transmitido no início da madrugada na maior parte do país.

Mas a maioria viu o jogo no canal de língua espanhola Univision, o que sugere que grande parte eram hispânicos que podiam até estar torcendo para o México.

Surpreendentemente, porém, o futebol norte-americano não conseguiu conquistar sua grande população de origem hispânica. Entre os jovens, é um esporte de brancos de classe média, sustentado por "mães motoristas" que levam as crianças aos jogos em seus utilitários esportivos.




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