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Jaqueline colhe frutos de musa do vôlei, grava com Gisele e planeja abrir salão de beleza

Jaqueline, do vôlei, e a top model Gisele Bundchen durante a gravação de comercial - Divulgação
Jaqueline, do vôlei, e a top model Gisele Bundchen durante a gravação de comercial Imagem: Divulgação

Luiz Paulo Montes

Do UOL, em São Paulo

22/02/2012 12h00

O status de musa, um dia, incomodou Jaqueline, jogadora de vôlei do Sollys/Nestlé. Em seu início na seleção brasileira, chegou a ser 'deixada de canto' por algumas companheiras. Hoje, no entanto, o rótulo a agrada. E muito.

A jogadora até planeja investir em um salão de beleza e seguir carreira na área da moda depois que deixar as quadras. "É o meu sonho. E essas coisas (de ser musa) podem me ajudar. Gosto mesmo. Penso em abrir um salão, com spa, botar o meu nome..", falou Jaqueline, aos risos, durante uma descontraída entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

Enquanto o salão não passa de um plano, a jogadora colhe outros frutos da beleza e da fama. Recentemente, foi convidada para gravar um comercial de televisão ao lado da top model brasileira Gisele Bündchen, além de, no carnaval, marcar presença em um dos camarotes mais requisitados do Anhembi. "Jamais imaginei isso, encontrar uma top maravilhosa. Essas oportunidades que estão aparecendo não são à toa, sabe?", afirma Jaque.

Entre outros assuntos, a ponteira, de 28 anos, falou sobre um convite para posar nua, os problemas e inúmeras lesões que sofreu ao longo da carreira, outros planos para o futuro e, claro, a relação com o marido Murilo, também jogador da seleção de vôlei. 

UOL Esporte - Depois da sua lesão na coluna durante o Pan, mudou alguma coisa na sua vida? Você começou a agir diferente, pensar diferente?

Jaqueline - Mudou muita coisa desde que eu vi que poderia ter perdido os movimentos. Vi que tinha que aproveitar a vida com a família, os amigos. Amo o que faço, mas acho que não é para a vida toda. Estou tentando me dedicar mais a outras coisas, à familía, aos amigos. 

UOL Esporte - Na hora, você temeu que pudesse ter acontecido algo mais grave? 

Jaqueline - Lógico, pensei que tinha pego a medula. Fiquei quase 20 minutos sem movimentar o corpo. Senti uma dormência e mais nada. Fiquei muito nervosa. Tanta coisa que já passei, rompi duas vezes o cruado, depois machuquei o joelho de novo, tive uma trombose muito séria, que o médico disse que eu teria que amputar o braço. Mas eu tentava pensar em outras coisas. Na ambulância, comecei a sentir o pé, os movimentos foram voltando. Depois da tomografia, vi que não tinha nada e que sairia ilesa.

UOL Esporte - Tem uma palavra que define sua vida e a sua carreira?

Jaqueline - Superação. Minha vida sempre foi assim, dando volta por cima e voltando muito melhor. É a palavra da minha vida e vai ser sempre. Você topa na pedrinha, mas vou me erguer e sair daquele momento. Vou levando a vida como posso. Não vou desistir. 

  • Reprodução

    Jaqueline recebeu a reportagem do UOL Esporte após o treino do Sollys/Nestlé nesta terça-feira, no Ginásio José Liberatti, em Osasco

UOL Esporte - Recentemente, em entrevista à revista Marie Claire, você disse que o rótulo de musa atrapalhou você no seu começo na seleção. Como era isso?

Jaqueline - 
Não é que isolavam, mas isso dentro de um grupo de mulher é complicado. Teve pessoa que me deixou de lado, as pessoas me rotulavam com aquilo de musa. O Zé Roberto não gostava também, por respeito às meninas. Ele tentava tirar isso de lá para nao afetar lá na frente. E eu não achava errado. Mas me sentia meio de canto, sim. 

UOL Esporte - O rótulo de musa lhe incomoda?

Jaqueline - Nada. Eu adoro. Hoje eu gosto. No meu futuro eu penso em abrir um salão, fazer algo na área de moda, é um sonho meu. Essas coisas podem me ajudar. Gosto mesmo. Não tem probelma, toda mulher gostaria. Dizer que não gosto é mentira. Penso em abrir salão, com spa, botar meu nome. É projeto. Ainda vou abrir. E trabalhar na área de moda, fazer curso, uma faculdade de moda. Vamos ver no que vai dar. As oportunidades vão vindo, tudo que vem eu aproveito. 

UOL Esporte - O que esse status de musa brasileira já lhe proporcionou positivamente?

Jaqueline - Muitas coisas boas. Vou fazer propaganda com a Gisele, jamais imaginei isso. Ter encontrado uma top maravilhosa, deu toda atenção pra mim. Fui escolhida por ela, sabe? Essas oportunidades que estão aparecendo não são à toa. Estou aproveitando da melhor maneira. Ela sempre falou que sou bonita, acha meu cabelo maravilhoso. Ela é linda, quando encontrei, ela falou que eu era mais bonita pessoalmente. Até jogamos um vôlei na filmagem.

UOL Esporte - Já recebeu proposta para posar nua?

Jaqueline - Já recebi proposta, mas eu jamais aceitaria. Sou uma mulher casada (risos). Eu nem falei para o Murilo, mas agora ele vai ficar sabendo. Não vale a pena essas coisas. Uma foto de biquíni, acho o máximo. Mas tirar tudo não dá. Não acho legal. Não tenho preconceito, sabe? Mas não gosto, e não posaria nem por uma proposta irrecusável.

UOL Esporte - Depois de tantas superações na sua vida, você pretende dividir isso com o público? Escrever um livro?

Jaqueline - Sim, com certeza. Agora vou começar a fazer curso para dar palestras, junto com o Giovane (Gávio, técnico do Sesi). Por tudo que passei, dividir com as pessoas por meio de palestra, é um projeto. Temos trabalhado muito nesse sentido. Já pensei e vou escrever meu livro. Só preciso ter um tempo. Se eu for pegar agora não vai dar tempo. Quando eu parar, vou escrever tudo que ja passou na minha vida. Dá uma boa história. (Desde 2011, Jaqueline passou a ter sua imagem agenciada por uma empresa administrada por Priscila Gávio, esposa de Giovane)

UOL Esporte - Em relação à seleção, a confiança ficou abalada por não terem conquistado a vaga para a Olimpíada na Copa do Mundo?

Jaqueline - Não sei como ficou o clima, o psicológico. Mas é claro que é uma tristeza. Sabemos que tínhamos condições de ficar entre as três, e não ficamos. Mas agora temos é que pensar para frente, disputar o Pré-Olímpico aqui e fazer a nossa parte.

UOL Esporte - Você acredita que o Brasil, se conseguir a classificação, vai entrar como favorito na Olimpíada?

Jaqueline - É um dos favoritos, sim. Vamos em busca disso. Dá para chegar. Se o grupo fizer o que fez em 2008, não tem para ninguém. É um grupo mais experiente agora. A gente sabe que as outras seleções estão mais fortes, mas nada é impossível. Se eu estiver lá, vou fazer meu trabalho. Se não, estarei torcendo aqui. 

UOL Esporte - A Olimpíada de 2012 é a sua última?

Jaqueline - Não sei. Deixo a vida me levar. Se tiver que jogar aqui no Rio em 2016 eu vou jogar. Não penso em aposentadoria. Enquanto eu estiver bem, vou jogar.

UOL Esporte - Pensa em engravidar em breve, ou depois de perder o filho (em 2011), você e o Murilo mudaram de ideia?


Jaqueline - Claro que pensamos, vamos formar nossa família. Mas é uma coisa que é para o futuro, acho que depois que eu parar de jogar. Agora eu quero continuar em quadra, jogando, dando meu máximo. Depois que eu perdi o filho, comecei a pensar que talvez não fosse para ser naquele momento, entende? Quando tiver que ser, vai ser.