Seleção de Bernardinho prega respeito contra a China: "Estou preocupado"
O famoso discurso "não existe mais bobo no futebol" vem sendo usado agora também no vôlei, esporte em que historicamente é bem mais raro de ver as zebras aprontarem pra cima das principais potências. Tudo pelo respeito ao adversário e evitar mesmo alguma surpresa indigesta.
No Mundial masculino que ocorre na Polônia, zebra mesmo até agora foi só a já desclassificada seleção de Porto Rico ter vencido a tricampeã mundial Itália. Do resto, apenas sustos, como o Brasil ter passado um sufoco para vencer a Coreia do Sul por 3 sets a 2 em um dia que poupou muitos de seus atletas. A campeã olímpica Rússia também deu vacilo e levou um set da fraca seleção mexicana.
Se usarmos o tradicional termo do futebol para a segunda fase do Mundial de vôlei, a China, adversária da seleção brasileira nesta quarta-feira, às 11h30 (horário de Brasília), é o time que mais pode ser considerado "bobo" pela fragilidade de seus históricos resultados internacionais. Mas ainda assim, os brasileiros tratam o rival com respeito para evitar qualquer tipo de contratempo.
“O time da China tem bons serviço e joga rápido e com velocidade. Estou preocupado. Sempre estou preocupado”, falou o técnico Bernardinho.
Os chineses são apenas os 19ª colocação no ranking da Federação Internacional de vôlei, mesma colocação em que ficaram no último Mundial, em 2010. A melhor colocação na história de uma competição foi a modesta 7ª posição há 32 anos. Só chegaram até a segunda fase por triunfos sobre México e Egito.
Depois disso, o Brasil encara no sábado o Canadá, equipe que já o venceu ao longo da história e que tradicionalmente sempre participou de grandes competições. Foi segundo colocado de seu grupo atrás apenas da Rússia e venceu a Bulgária. No domingo, o duelo será contra os russos, atuais campeões olímpicos e grandes favoritos ao lado dos brasileiros. Depois disso, da terceira fase em diante, só as pedreiras devem ficar na competição.
Na primeira fase, o Brasil se portou bem contra dois dos times com menos tradição, Tunísia e Finlândia, e só passou aperto mesmo contra a Coreia. Historicamente, a equipe comandada por Bernardinho não costuma dar sopa para o azar para adversários menos qualificados. Em 14 anos, o máximo que se viu foi a derrota para a Venezuela no Pan de 2003, em um momento em que o vizinho sul-americano colhia seus melhores resultados internacionalmente.
Se a receita do respeito é a mais adequada, os jogadores entenderam e a todo momento pregam respeito ao adversário. “Se a China passou pra essa fase, é porque tiveram algum mérito. São jogadores mais altos, de força física maior. Com certeza será um jogo diferente do da Coreia do Sul. Um jogo mais difícil, que não defenda tanto, mas tem um poder de ataque maior”, opinou o central Lucão.
“É um time difícil, um jogo diferente e de mais de volume. É um jogo meio estranho e diferente. Temos que entrar mais concentrados do que entramos contra a Coreia pra fazermos o nosso dever de casa”, opinou o líbero Mário Jr.
O Brasil lidera o Grupo F da segunda fase, com 12 pontos no total, fruto de quatro vitórias. A Rússia é a segunda com 11. No atual estágio, são levados os resultados anteriores da primeira fase, exceto diante dos times que não avançaram (no caso brasileiro, os jogos contra Tunísia e Coreia do Sul são descartados). Estão agora contabilizados os triunfos sobre Bulgária, Cuba, Finlândia e Alemanha.
Apenas os três primeiros colocados dos oito da chave brasileira se classificarão para a fase seguinte. Esta próxima etapa terá também outros três que sairão do outro grupo (formado por Polônia, Sérvia, Argentina, França, Irã, Estados Unidos, Itália e Austrália. Os seis que sobrarão (três de cada grupo) formam dois triangulares dos quais avançam dois times de cada um para fazer as semifinais.
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