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Playboy, aposentadoria e seleção. Mari Paraíba vive 'revolução' em 3 anos

Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

24/04/2015 06h00

Três anos. Foi esse o período de tempo que fez com que Mari Paraíba vivesse uma revolução em sua vida. A atleta ficou famosa no país inteiro como capa da Playboy e se aposentou em 2012, voltou ao esporte como atleta do vôlei de praia e retornou às quadras 2013, e agora pode comemorar o fato de chegar pela primeira vez à seleção brasileira.

Aos 28 anos, Mari comemorou nesta semana sua primeira convocação para a seleção brasileira, que se prepara para ter dois times, um para os Jogos Pan-Americanos e outro para o Grand Prix, em 2015. Em entrevista ao UOL Esporte, ela se diz feliz e surpresa com a oportunidade dada por José Roberto Guimarães.

“Olha, eu fiquei surpresa e ao mesmo tempo muito feliz, sei da minha evolução durante a Superliga mas sei também que ainda tenho muito a crescer. Fiquei muita na expectativa por essa convocação e quando recebi a notícia a primeira coisa que fiz foi agradecer”, falou a jogadora que já tinha passagem pelas seleções de base.

Mas, antes de chegar à seleção, Mari Paraíba teve mudanças constantes em sua vida. Em julho de 2012, ela foi capa da Playboy e alguns meses depois anunciou que o momento era de parar com o vôlei, mesmo tendo apenas 26 anos.

“Na época em que decidi me aposentar, minha cabeça andava muito confusa, me sentia perdida, tinha dúvidas se realmente era aquilo que queria para mim. Tinha uma rotina de vôlei desde os 14 anos de idade que foi quando sai de casa para jogar em São Paulo. Eu estava um pouco saturada, sentia falta de casa, amigos, de ter uma vida normal. Mas, o tempo em que fiquei parada foi quando percebi o que eu realmente queria. Sentia falta da rotina, das atletas. Enfim, sentia falta de tudo aquilo que vivia. Foi onde resolvi voltar. Voltei, só que dessa vez com a certeza do que eu realmente quero e hoje, isso faz toda diferença na minha vida”, disse.

“Completamente (vivi uma revolução). Mas não me arrependo de nada. Nada acontece por acaso, acredito muito nisso”, complementou.

O crescimento no desempenho de Mari e sua chegada na seleção tem também contribuição de Jaqueline. A chegada da ponteira fez com que todo o time do Minas/Camponesa crescesse na Superliga e conseguisse terminar entre as quatro melhores da competição.

“A Jaque é uma grande jogadora e com certeza ela agregou muito na consistência do nosso time. Sempre admirei e hoje ainda mais. Pude aprender muito com ela , reparar o que ela fazia . Foi muito bom pra mim tê-la ao lado. Tentei me espelhar e sugar o máximo que pude dela”, afirmou Mari que também vê influência da passagem pelo vôlei de praia, que durou menos de um ano.

“Eu tive que melhorar meus golpes, ter mais paciência comigo e com minha parceira. Foi um aprendizado muito bom , onde pude evoluir não só como atleta, mas como pessoa”, relembra.

E, se sua vida passou por uma revolução em três anos, Mari se dá o direito de sonhar com um passo ainda mais alto, os Jogos Olímpicos de 2016.

“Qualquer atleta sonha com Olimpíada, vou trabalhar muito pra ter uma chance lá, mas tenho meus pés no chão, um passo de cada vez”, finalizou.

Mari Paraíba se apresentará para treinamentos com a seleção na próxima segunda-feira. Ela se juntará a outras 13 atletas que já vinham trabalhando em Saquarema.