NBB deixa Globo decidir sobre final e pode ter campeão no saldo de pontos

Após meses de disputa, a sexta edição do Novo Basquete Brasil (NBB) pode ter seu campeão decidido no saldo de pontos. Visando ter dois jogos transmitidos em TV aberta, a Liga Nacional de Basquete (LNB) propôs alteração no formato da final da competição, abrindo brecha para a inusitada situação.

A LNB pretende que a decisão do NBB deixe de ocorrer em jogo único e seja disputada em dois confrontos, que seriam transmitidos ao vivo pela Globo. Caso cada finalista vença uma partida, a decisão do campeão ocorreria no saldo de pontos. A nova fórmula, porém, só será colocada em prática com o aval da emissora.

"O formato em jogo único nunca foi o melhor e a liga entendeu que não era o ideal. Aceitamos esse formato [dois jogos] pela necessidade que temos da exposição em TV aberta, que pode nos trazer mais recursos", disse o presidente da LNB, Cássio Roque, ao UOL Esporte. "O jogo em TV aberta tem uma dimensão muito maior que em TV fechada e é preciso entender que a liga ainda está em fase de consolidação".

Caso seja confirmada a decisão em duas partidas, o NBB terá quatro jogos transmitidos na íntegra pela Globo em sua próxima temporada. Além das finais, a emissora passará ao vivo o duelo de abertura da competição entre Flamengo e Brasília e o Jogo das Estrelas.

"A gente trabalha dentro do que é possível. Nos foi proposto [pela Globo] o jogo único, nós queríamos o playoff com cinco partidas. Ter dois jogos [da final] em TV aberta é melhor que apenas um. Não é o ideal, seria muito legal os playoffs, mas a exposição em TV aberta é muito importante para nós nesse momento", comentou Roque.

A próxima edição do NBB ‘encolherá’ em relação ao ano anterior. Após anunciar a possibilidade de presença recorde de equipes, o campeonato nacional viu vários clubes sofrerem com dificuldades financeiras e terá apenas 17 times na temporada 2013-2014 – um a menos que no ano anterior.

Em junho, a LNB anunciou que a sexta edição do NBB poderia contar com 21 equipes, após acesso conquistado por Macaé e convites oferecidos a Fluminense e Goiânia. Dois meses depois, porém, a entidade foi obrigada a rever seus planos devido à desistência de três clubes.

Joinville foi o primeiro a anunciar licença de um ano da competição devido à falta de patrocínios. Nesta terça-feira, a LNB confirmou que Tijuca, Fluminense e Vitória Basquete também não apresentaram requisitos financeiros necessários para participar da competição. Afastado há dois anos, o time capixaba perde sua franquia com a liga.

"Isso não é exclusividade do basquete. No esporte amador, todo ano você tem equipes que se extinguem ou dão pausa em suas atividades por causa de dificuldades financeiras. Isso acontece no vôlei, no handebol. O esporte amador não tem o olhar do empresariado que deveria ter", afirmou Roque.

A própria LNB enfrenta dificuldades financeiras para a próxima temporada. De acordo com o diário Lance!, o contrato com a Caixa chegou ao fim e a entidade ainda não sabe se será renovado. No momento, o único apoio confirmado é a empresa de isotônicos Vitamina Drink, que investe R$ 400 mil anuais na competição. Além da transmissão das partidas, a Globo também é responsável por angariar e negociar com possíveis patrocinadores do NBB.

"No contrato que temos com a Globo está que a parte comercial pertence a eles. Claro que a liga também trabalha nesse sentido e, tiver algum interessado, encaminhamos para eles. A situação da LNB hoje é estável, não temos nenhuma dívida. Mas não é de folga. Queremos ter uma estrutura financeira para poder ajudar os clubes", disse Roque.

Além da final, o formato dos playoffs do NBB sofrerá outras alterações. As séries melhor de cinco jogos (oitavas, quartas e semifinais) terão mudança na ordem dos jogos, com o time de melhor campanha jogando em casa os jogos 1, 2 e 5. A equipe de campanha inferior será mandante nas partidas 3 e 4.