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É mais fácil acusar do que assumir a responsabilidade

Bressan, do Grêmio, discute com o árbitro Andrés Cunha após pênalti marcada com a ajuda do VAR - Antonio Lacerda/EFE
Bressan, do Grêmio, discute com o árbitro Andrés Cunha após pênalti marcada com a ajuda do VAR Imagem: Antonio Lacerda/EFE
Oscar Roberto Godoi

31/10/2018 17h13

O futebol evolui tecnicamente, fisicamente, taticamente, renova os nomes dentro e fora de campo mas, infelizmente, alguns hábitos e costumes continuam os mesmos. Continua sendo mais fácil transferir para a arbitragem a culpa pelo fracasso do que assumir a responsabilidade.

Não importa onde nem em qual competição. Pode ser em campeonatos regionais, nacionais ou internacionais. A figura do árbitro continua sendo a válvula de escape para dirigentes, técnicos, jogadores e torcedores.

O Grêmio foi eliminado da Libertadores pelo argentino River Plate, em plena Arena, de virada, pelo placar de 2 a 1, depois de ter vencido em Buenos Aires por 1 a 0. O rival não teve méritos, o time brasileiro não falhou coletiva nem individualmente. Só perdeu porque o árbitro "roubou", segundo o técnico Renato Gaúcho.

Vamos aos fatos. O árbitro uruguaio Andrés Cunha poderia ter expulsado Paulo Miranda aos 12 minutos do segundo tempo, se tivesse agido com rigor ou revisado o lance no monitor do VAR. Optou por receber informações verbais e mostrou só o cartão amarelo para o maldoso zagueiro do Grêmio, que atingiu o joelho do adversário depois de chutar a bola. Roubou quem?

O árbitro também não recorreu ao VAR para validar o gol de empate do River. Aliás, ninguém reclamou. Mesmo com imagens não tão nítidas, dá para deduzir que a bola toca levemente no braço do atacante antes de ir para o gol. Acontece que o referido braço do jogador do River é atingido pelo pé de Jael, na tentativa de cortar o cruzamento. Pênalti a favor do River ou falta para o Grêmio?

Acertou o árbitro em consultar o VAR e marcar pênalti para o River, resultando no gol da vitória e consequente desclassificação do Grêmio. O defensor Bressan deixa o braço numa posição que "cerca" a trajetória da bola. Movimento físico considerado nada normal pelas orientações da Fifa. Não havia necessidade do segundo cartão amarelo seguido do vermelho. Acertou no remédio mas errou na dose.

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