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Ba-Vi: Tribunal dá 5 jogos de punição a Mancini; Kanu tem pena ampliada

Briga generalizada no clássico entre Bahia e Vitória - MARGARIDA NEIDE/AGÊNCIA A TARDE/ESTADÃO CONTEÚDO - MARGARIDA NEIDE/AGÊNCIA A TARDE/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: MARGARIDA NEIDE/AGÊNCIA A TARDE/ESTADÃO CONTEÚDO

Marcello De Vico

Do UOL, em Santos (SP)

10/03/2018 17h42

O Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol da Bahia (TJD-BA) não aliviou para o Vitória em julgamento realizado na noite da última sexta-feira (9). O técnico Vágner Mancini, que havia sido absolvido em primeira instância, desta vez acabou punido por cinco jogos por atitude antidesportiva – o tribunal entendeu que ele mandou seus jogadores forçarem o fim antecipado do Ba-Vi, disputado em 18 de fevereiro.

A punição é válida apenas para os jogos do Campeonato Baiano. Desta forma, Vágner Mancini pode não estar presente no banco de reservas do time rubro-negro nos dois jogos das semifinais do Estadual contra o Bahia de Feira: dia 18, no estádio Joia da Princesa, e dia 25, no Barradão. (leia mais abaixo)

Também julgado por antecipar o fim da partida de maneira proposital, o Vitória teve a sua pena – de R$ 100 mil – mantida, assim como os jogadores Yago, Rhayner e Denílson, punidos com oito jogos de suspensão por agressão. Bruno Bispo e Ramon, também acusados de atitude antidesportiva, seguiram absolvidos. O mesmo aconteceu com Edson e Rodrigo Becão, do Bahia.

Já o meia Vinícius, que pegou dois jogos de gancho, também teve sua pena mantida. Porém, já cumpriu as duas partidas e inclusive já ajudou o Bahia na goleada sobre o Jequié. O zagueiro Lucas Fonseca, por sua vez, recebeu pena de um jogo por ato desleal e hostil, mas já cumpriu a suspensão automática e também está livre para defender a equipe tricolor nas semifinais.

Árbitro Jaílson Macêdo Freitas observa confusão generaliza no clássico entre Vitória x Bahia - Felipe Oliveira / EC Bahia - Felipe Oliveira / EC Bahia
Imagem: Felipe Oliveira / EC Bahia

Kanu leva a pior

Quem mais sofreu prejuízo no julgamento do Pleno foi Kanu. O zagueiro, que tinha sido absolvido da acusação de ameaça no TJD, levou uma pena de 90 dias e R$ 75 mil. Além disso, a pena por agressão subiu de dez para 11 jogos. Como a suspensão em dias vale para qualquer torneio, ele é desfalque para a partida deste domingo (11), contra o ABC, pela Copa do Nordeste.

Vale lembrar que a punição, quando em partidas, suspende o atleta dos jogos estritamente das competições da federação em que o atleta foi punido. Todavia, quando em tempo (dias), fica impossibilitado de disputar qualquer competição.

Vitória vai recorrer; Bahia aguarda

Procurado pelo UOL Esporte, o diretor jurídico do Vitória, Roberto Dantas, já adiantou que o clube irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD): “O Vitória ingressará, sim, com o recurso no STJD, tanto em relação à multa imposta, que nos pareceu absolutamente descabida, quanto em relação às penas de suspensão aplicadas ao técnico Mancini e aos demais atletas punidos, pedindo ainda, para todos eles, a concessão do efeito suspensivo”.

Roberto Dantas, diretor jurídico do Vitória, durante julgamento do Ba-VI no TJD - Maurícia da Matta/E.C. Vitória - Maurícia da Matta/E.C. Vitória
Roberto Dantas, diretor jurídico do Vitória
Imagem: Maurícia da Matta/E.C. Vitória
A expectativa do clube, inclusive, é conseguir com que todos os punidos, incluindo os jogadores e o técnico Vágner Mancini, estejam à disposição para as semifinais. Porém, existe a possibilidade de o efeito suspensivo ser concedido apenas depois de dois jogos de pena. “Entendemos que é possível a concessão do efeito suspensivo em caráter imediato. Temos diversos precedentes no STJD nesse sentido”, acrescentou Roberto Dantas.

"A expectativa é que o técnico Vagner Mancini, além dos atletas Kanu, Denilson, Yago e Rhayner, todos eles, tenham o efeito suspensivo concedido e estejam aptos a participar da primeira partida das semifinais do Campeonato Baiano", completou o diretor jurídico rubro-negro.

O Bahia, por sua vez, informou ao UOL Esporte que ‘o departamento jurídico do clube vai se reunir na segunda-feira para avaliar cada caso, com calma, e então decidirá’ se irá recorrer ao STJD.

Mais do que simplesmente recorrer ou não ao STJD, o Procurador do TJD-BA, Ruy João, espera que Bahia e Vitória usem esta oportunidade para dar exemplos positivos no mundo do futebol: “É muito melhor o futebol viver um momento de compreensão, harmonia e conciliação do que de divergência. Como é que você vai para campo divergindo ou conciliando se lá fora não está divergindo ou conciliando. Você só pode ir a campo se na diretoria e nos clubes estiver tudo bem”.

Relembre o que aconteceu no confronto

A partida foi encerrada antecipadamente porque o Vitória ficou com apenas seis jogadores em campo - um time precisa ter ao menos sete para seguir jogando. Kanu, Rhayner, Denilson, Uillian Correia e Bruno Bispo, do Vitória, levaram vermelho. No Bahia, os expulsos foram Lucas Fonseca, Vinícius, Rodrigo Becão e Edson, sendo que os dois últimos estavam no banco.

Denilson abriu o placar para o Vitória no primeiro tempo. A briga começou quando Vinicius, do Bahia, fez o gol do empate, no segundo tempo. Ele converteu a penalidade e fez uma dança de "créu" na comemoração, em frente à torcida rubro-negra, o que irritou os jogadores do Vitória. Com isso, uma briga generalizada teve início e fez com que a partida ficasse paralisada por 16 minutos.

Depois da briga, a partida foi reiniciada, mas durou pouco. Primeiro, Uillian Correia foi expulso por fazer falta dura em Zé Rafael. Depois, Bruno Bispo também recebeu o cartão vermelho por chutar a bola para longe e retardar uma cobrança de falta e deixou o Vitória com apenas seis jogadores em campo, o que fez o árbitro encerrar a partida aos 34min do segundo tempo.