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Mudança no Bota abre espaço para sobrecarga de presidente ou ascensão de contestado

Presidente do Bota, Maurício Assumpção, acumula também a função de vice de futebol - Júlio César Guimarães/UOL
Presidente do Bota, Maurício Assumpção, acumula também a função de vice de futebol Imagem: Júlio César Guimarães/UOL

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/06/2012 06h00

No dia 22 de maio, a diretoria do Botafogo surpreendeu ao anunciar que André Silva estava destituído do cargo de vice de futebol do clube. Após 12 dias, a cúpula alvinegra ainda não nomeou uma nova pessoa para a função e deixou questões em aberto sobre como o trabalho será conduzido. Primeiro, o presidente Maurício Assumpção aparece sobrecarregado ao desempenhar dois postos. Por outro lado, a mudança poderá dar uma força extra ao gerente de futebol Anderson Barros, que não goza de muito prestígio com a torcida e alguns conselheiros.

ELKESON ESPERA PROPOSTAS DA EUROPA

  • AGIF

    Um dos atletas mais assediados do elenco do Botafogo, mas sem muita moral com técnico e torcida, Elkeson já admite a possibilidade de deixar o clube em caso de uma proposta vantajosa para todas as partes. Apesar dos rumores, o meia-atacante diz estar focado em seu trabalho e ressalta que a prioridade é recuperar a vaga de titular no Glorioso.

    Elkeson perdeu espaço com a chegada de Vitor Junior. Entretanto, clubes da Europa não desistiram de tentar a contratação do jogador. O Bologna-ITA já apresentou uma proposta de 4,5 milhões de euros, mas a diretoria do Botafogo considerou o valor baixo - quer negociá-lo por 6 milhões de euros. Especulações apontam que o Shakhtar Donetsk-UCR está disposto a chegar nesse valor.

O primeiro cenário, até o momento, é o mais real até o momento. Isso porque o mandatário máximo do time de General Severiano voltou a aparecer no dia a dia do clube, o que não vinha ocorrendo em 2012. Maurício Assumpção, de fato, dá mostras que o acúmulo de funções existirá até que encontre a pessoa ideal para ocupar o cargo de vice de futebol, que não é remunerado.

“Acho que as modificações que estão ocorrendo no departamento são mais importantes que propriamente um nome. Essa reestruturação que estamos fazendo, como a integração cada vez maior da base com o futebol profissional, é o caminho que vamos seguir”, disse Maurício Assumpção, logo após a saída do vice de futebol André Silva.

Outro cenário para o cargo vago é a ascensão de um dirigente contestado. Internamente, o gerente de futebol do Glorioso conta com o prestígio de seus superiores. Entretanto, os elogios não rompem as barreiras dos muros de General Severiano: a popularidade de Anderson Barros não está em alta com torcedores e conselheiros. O cartola foi um dos principais responsáveis pela contratação do volante Renato, junto ao Sevilha-ESP, fato muito comemorado pela cúpula do futebol. O fato de ser reservado e avesso às câmeras, não contribui para que o dirigente possa melhorar sua imagem.

Além da saída do vice de futebol, a diretoria do Botafogo sofreu outra mudança. O gerente do futebol de base Sidney Loureiro foi promovido para os profissionais e auxiliará Anderson Barros, como supervisor de futebol para fazer o elo entre diretoria e jogadores. Os dois atuam em sintonia há alguns anos, realizam uma integração entre as categorias de base e o futebol profissional e mantêm bom relacionamento.

Ainda não existe uma previsão, muito menos uma data determinada, mas a intenção da diretoria é contar com um novo vice de futebol. Entretanto, esta pessoa ainda não se encontra dentro do Botafogo. O clube pretende buscar um nome gabaritado para a função. A missão não é das mais fáceis e passa por todo um jogo político.