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Defesa do Fla por gol polêmico será baseada em auxiliar e casos antigos

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/10/2016 06h00

O Flamengo está pronto para se defender no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) em cima do pedido do Fluminense para a anulação do clássico vencido pelo Rubro-negro por 2 a 1. O Tricolor alega que houve interferência externa para que o gol irregular do zagueiro Henrique terminasse invalidado pela arbitragem. A sequência do processo por parte do clube das Laranjeiras se deu após reportagem do programa Esporte Espetacular, da TV Globo, que realizou uma leitura labial da confusão responsável por paralisar o jogo por 13 minutos. 

No fim da noite de segunda (17), o tribunal solicitou à CBF a suspensão do resultado até a realização do julgamento e a tendência é a de que ocorra em três semanas. O clube da Gávea será representado pelo advogado Michel Asseff Filho e uma das pontas da defesa está baseada na atuação do auxiliar Emerson Augusto de Carvalho, que anulou o gol imediatamente e manteve a convicção. Além disso, casos antigos, como o envolvendo Internacional x Palmeiras no Brasileirão de 2012 também serão abordados.

No exemplo em questão, o clube alviverde pediu a impugnação da partida ao alegar interferência externa depois que o gol assinalado pelo atacante Barcos terminou anulado pela arbitragem. O tento foi marcado com o auxílio da mão e os paulistas sustentaram que o trio só tomou a decisão após conversar com o delegado da partida (veja abaixo). O STJD negou o pedido de anulação e ressaltou as consequências perigosas de cancelar um resultado de campo neste aspecto.

Procurado pela reportagem do UOL Esporte, Michel Asseff Filho falou sobre a defesa do Flamengo e questionou a leitura labial como prova do caso.

“Uma leitura labial só vale em contexto integral. Em 13 minutos você extrai o que quer. São partes de diálogos. Assim não vale nada. Um ponto fundamental é que o auxiliar sustenta a posição mesmo depois da confusão. O árbitro dirá o que aconteceu. O que estão tentando fazer é validar um gol irregular e que foi invalidado na hora”, afirmou.

Sobre a fala do inspetor de arbitragem Sérgio Santos, que entrou em campo durante a confusão e disse para Sandro Meira Ricci “A TV sabe. A TV sabe que não foi”, o advogado do Flamengo comentou.

“Estão criando uma situação grande em um fato absolutamente simples. Ouvir informações extracampo não quer dizer que houve interferência externa. Os árbitros ouvem isso o tempo inteiro. Os próprios jogadores colocam pressão, mas o trio de arbitragem decide as coisas lá dentro. Creio que o julgamento será enfrentado dessa forma”.

Perguntado se a anulação do jogo seria temerária, conforme o STJD afirmou em casos anteriores, Asseff Filho referendou o tribunal. “A anulação por um gol ilegal pode gerar um precedente muito ruim. Isso é extremamente perigoso”, encerrou.