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Imbatível até então, o que mudou no Cruzeiro após derrota para o São Paulo?

Invicto até aquele jogo, Cruzeiro perdeu para o São Paulo e caiu muito de produção - TELMO FERREIRA/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Invicto até aquele jogo, Cruzeiro perdeu para o São Paulo e caiu muito de produção Imagem: TELMO FERREIRA/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

14/05/2017 04h00

Há pouco mais de três semanas, no dia 19 do último mês, o São Paulo visitou o Cruzeiro pela Copa do Brasil e venceu por 2 a 1 dentro do Mineirão. Naquela altura da temporada, o placar favoreceu ao time mineiro, que encaminhou sua classificação após triunfar por 2 a 0 na partida da ida. Contudo, a primeira derrota do ano deu início a uma sequência de partidas ruins da qual a equipe mineira ainda não se recuperou. O que se viu no time de Mano desde então foi muito além da invencibilidade perdida, desencadeando uma sequência de atuações aquém do esperado.

Do time que entrou em campo diante do São Paulo, o Cruzeiro não deverá ter mais que duas ou três peças diferentes neste domingo, contra o mesmo Tricolor, pela abertura do Brasileirão. O que mudou de lá para cá foram questões como a marcação, hoje mais frouxa, compactação, setor criativo pobre e excesso de falhas individuais. A queda de produção de jogadores importantes, somada às ausências de antigos titulares atualmente lesionados, só aumenta a pressão por um bom início de campeonato e reencontro com o bom futebol.

No lado direito, o lateral Ezequiel segue como baixa. Negociado com o Palmeiras, Mayke era o titular até então, mas não vinha agradando. Na zaga, a situação é semelhante, já que Manoel também está de molho (seu substituto Caicedo também falhou na eliminação para o Nacional). No meio, Ariel permanece em recuperação, assim como Robinho. Todos os quatro eram titulares absolutos de Mano antes de entrarem para o departamento médico.

O cenário daquela partida pela Copa do Brasil já mostrava que o Cruzeiro teria dificuldades ao encontrar adversários com propostas de jogo distintas das quais estava acostumado. Dentro do Mineirão, o São Paulo fez uma marcação pressão, partiu para cima e só não levou a decisão para os pênaltis graças ao gol de falta marcado por Thiago Neves. No mesmo estádio, quatro dias depois, a Raposa venceu a semifinal do Mineiro sem encher os olhos e ainda quase se complicou diante do América, que pecou demais na hora de finalizar e foi castigado com dois gols de Arrascaeta.

O último dia de abril e as primeiras semanas de maio começaram a topo vapor, mas novamente com um futebol sem convencer a torcida. No primeiro duelo da decisão mineira, a estratégia do Atlético obrigou o time de Mano a ficar com a bola, mas a equipe mal conseguiu ameaçar a meta de Victor. Jogadores como Arrascaeta, Thiago Neves e Rafael Sóbis já não rendiam tanto como no início do ano.

Contra o time reserva da Chapecoense, novamente pela Copa do Brasil, a vitória por 1 a 0 foi considerada uma goleada por Mano Menezes, tamanho o mau desempenho dentro de campo. Sem conseguir recuperar o bom futebol, os dois jogos seguintes culminaram nas eliminações para o rival Atlético, no Estadual, e a mais recente diante do Nacional-PAR, pela Copa Sul-Americana. Novamente, a equipe celeste pouco agrediu e chamou mais atenção pelo que deixou de fazer do que pelos poucos lances de qualidade.

Fora de duas das cinco competições que tem em 2017, o Cruzeiro já começa o Brasileirão precisando dar um retorno positivo à torcida e diretoria, que não estão satisfeitas. O pontapé inicial será neste domingo e marcará o reencontro do time com o torcedor após duas eliminações em apenas quatro dias.

CRUZEIRO x SÃO PAULO

Motivo: 1ª rodada, Brasileirão 2017
Data/Hora: 14/05/2017, às 16h
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Assistentes: Dibert Pedrosa Moises (RJ) e Michael Correia (RJ)

CRUZEIRO: Rafael (Fábio); Lennon (Lucas Romero), Léo, Dedé e Diogo Barbosa; Hudson, Henrique; Arrascaeta, Rafinha, Alisson; Ábila. Técnico: Mano Menezes.

SÃO PAULO: Renan Ribeiro; Buffarini, Maicon, Rodrigo Caio e Júnior Tavares; Jucilei, Thiago Mendes e Cícero; Cueva, Luiz Araújo e Lucas Pratto. Técnico: Rogério Ceni.