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Conmebol arriscou vaga na Copa do Mundo para salvar Boca, diz jornal

Do UOL, em São Paulo

18/05/2015 15h51

O jornal AS, da Espanha, escreveu nesta segunda-feira que a Conmebol aceitou uma negociação polêmica com a Fifa para salvar o Boca Juniors de uma punição exemplar pelos incidentes ocorridos no Superclássico da última quinta. Segundo o veículo, a entidade sul-americana tinha a opção de manter o clube nas próximas Libertadores ou manter a quinta vaga a que o continente tem direito na Copa do Mundo. Neste cenário, teria optado pela primeira opção, colocando em risco a presença de uma seleção local na Rússia em 2018. 

De acordo com o AS, essa opção da Conmebol foi fundamental para que o Boca fosse excluído "só" da atual Libertadores. A Fifa, que queria um gancho mais duro contra o clube argentino, aproveitou a situação para colocar em risco uma vaga de seleções da América do Sul. Segundo o veículo espanhol, a entidade máxima do futebol mundial pode bater o martelo sobre a troca em breve. 

A negociação relatada pelo AS é complexa. Desde o fim da semana passada os jornalistas que acompanharam a investigação sobre o caso do Boca de perto deram conta de que a Fifa queria mais que uma simples exclusão da Libertadores deste ano, como acabou ocorrendo. Para a entidade máxima do futebol, era o caso de barrar o clube de pelo menos mais um ano de competições internacionais.

De acordo com o AS, a Conmebol tentou evitar esse cenário a todo custo por entender que teria um grande prejuízo financeiro sem o clube mais popular da Argentina. Foi aí, então, que a Fifa colocou em xeque um benefício dos sul-americanos que vem sendo questionado há quase dez anos: a quinta vaga na Copa do Mundo a que o continente tem direito.

Desde que o atual formato das Eliminatórias foi estabelecido, dirigentes europeus almejam esse posto da América do Sul por entenderem que cinco vagas é muita coisa para um continente que só tem dez seleções disputando vagas. A cartolagem local, porém, sempre venceu o braço de ferro com a Uefa e nunca perdeu o espaço.

Agora, as principais lideranças da América do Sul estão fora do cenário. Nicolas Leóz não é mais presidente da Conmebol, Ricardo Teixeira está exilado em Miami e Julio Grondona, ex-presidente da AFA (Associação de Futebol Argentino) e vice-presidente da Fifa morreu. Os novos líderes, então, perdem a disputa direta com caciques do porte de Michel Platini.

Segundo o AS, a Fifa usou a situação delicada do Boca para negociar a quinta vaga e estaria prestes a bater o martelo. De acordo com o veículo, a Uefa herdaria esse posto para 2018, já que a Rússia é o país-sede e por isso diminuiria o espaço do Velho Continente.