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Filipe Luís vira melhor do mundo na Liga; o que falaram dos brasileiros

G.A. Moreno/Getty Images
Imagem: G.A. Moreno/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

29/09/2016 06h00

A vitória do Atlético de Madri sobre o Bayern de Munique fez a imprensa espanhola se empolgar com a equipe do argentino Diego Simeone. Tanto que o brasileiro Filipe Luís, titular do lado esquerdo da equipe, foi chamado de melhor do mundo em sua posição.

Quem também pode comemorar é Rafinha, do Barcelona. O meia começou no banco, mas sua entrada foi vital para a virada por 2 a 1 sobre o Borussia Monchengladbach e ele já é apontado como melhor opção para a vaga do contundido Messi.

Já o brasileiro Júlio César teve uma noite para esquecer na Itália. Além da derrota por 4 a 2 para o Napoli pela Liga dos Campeões, o goleiro terá de conviver com as críticas em Portugal, onde a imprensa já pede que ele seja afastado, definitivamente, do time titular do Benfica.

Veja o que a imprensa europeia falou deles e de outros brasileiros na rodada de quarta-feira da Liga dos Campeões:

Filipe Luis, do Atlético de Madri - Denis Doyle/Getty Images - Denis Doyle/Getty Images
Fernando Torres cumprimenta Filipe Luis
Imagem: Denis Doyle/Getty Images
Filipe Luis: melhor lateral esquerdo do mundo

Os maiores elogios para um jogador verde-amarelo foram feitos a Filipe Luis, após o 1 a 0 do Atlético de Madri sobre o Bayern de Munique. Para o Marca, ele é o melhor jogador de sua posição no mundo. “Nem Marcelo, nem Alaba... Hoje, não há outro como Filipe”, diz o diário espanhol, para completar: “Do jeito que está jogando, é difícil encontrar um lateral como Filipe Luis. Joga como se fosse um meia” e “quando o Atlético entrou de verdade na partida, foi um pesadelo para o Bayern, a ponto de forçar um pênalti”. Para o AS, ele dominou Thomas Muller e passeou em cima de Philipp Lahn.

Rafinha: mudou o jogo na posição de Messi

O filho de Mazinho estava cotado para ser titular contra o Borussia Monchengladbach, mas o técnico Luis Henrique preferiu apostar no espanhol Alcacer. Quando o brasileiro entrou, porém, mudou o jogo. Foi tão bem que, ao contrário de Neymar, se tornou unanimidade na Catalunha e na capital espanhola. Para o AS, ele “está em um bom momento. Deu dinamismo ao jogo e, ao sentir-se importante, aumentou o valor de tudo o que fez. Importantíssimo para Luis Enrique”. Já o Mundo Deportivo creditou a virada por 2 a 1 à entrada de Rafinha e do turco Arda Turan. Além disso, ele “deu mobilidade, intensidade e individualidade pelo lado direito, ocupando a posição de Messi”. Já o Sport ressaltou que ele deu “oxigênio e calma para o jogo quando parecia que as linhas de passe estavam fechadas pela defesa alemã”.

Neymar, do Barcelona - Michael Probst/AP - Michael Probst/AP
Neymar comemora gol de Arda Turan. Brasileiro fez a assistência
Imagem: Michael Probst/AP
Neymar: decisivo em Barcelona, nervoso em Madri

Sem Messi, contundido, coube a Neymar o posto de principal astro do Barcelona na vitória, de virada, por 2 a 1 sobre o Borussia Monchengladbach. E as análises sobre o brasileiro deixaram clara a forte rivalidade entre Barcelona e Madri. Para os jornais da Catalunha, ele foi decisivo. “Apareceu quando o time mais precisava, gerando uma grande assistência para Arda Turan”, disse o Sport. “Um belo passe para Arda (Turan) acabou em gol do turco. Também foi decisivo no 2 a 1 por ter cobrado o escanteio [que iniciou a jogada do segundo gol]”, escreveu o Mundo Deportivo.

Para os jornais de Madri, ele estava nervoso. “Foi provocado por rivais e se irritou. Esteve a ponto de ir para a briga“, analisou o AS. “Neymar cansou de perder a bola e receber faltas. (...) Até que cometeu uma falta ele mesmo e reclamou com o árbitro, que o deu um amarelo. Ney aplaudiu, em um gesto evitável que pode custar caro”, disse o Marca.

Raffael, do Borussia Monchengladbach - Martin Meissner/AP - Martin Meissner/AP
Imagem: Martin Meissner/AP
Raffael: quando saiu, Borussia perdeu o jogo

A partida contra o Barcelona marcou a volta do atacante brasileiro ao Borussia Monchengladbach após lesão muscular. Para as TVs Deutsche Welle e ZDF, Raffael foi chave para o bom início do time alemão. Foi ele que deu início ao único gol de sua equipe, marcado por Thorgan Hazard (irmão do meia do Chelsea). “O Monchengladbach começou bem ofensivamente, graças ao poder criativo de Raffael, de volta ao time”, escreveu a Deutsche Welle. “O retorno do brasileiro foi positivo para o Borussia. Mas no segundo tempo ele voltou a sentir a lesão muscular. Sem Raffael, o time foi encurralado em sua defesa”, analisou a ZDF. Até mesmo o AS, da Espanha, elogiou o brasileiro: “alegre e venenoso”.

Fernandinho, do Manchester City - Reuters / Lee Smith - Reuters / Lee Smith
Imagem: Reuters / Lee Smith
Fernandinho: perdido em alguns momentos

A força do Celtic e de sua torcida em Glasgow surpreendeu o Manchester City. O empate por 3 a 3, que acabou com os 100% do time de Pep Guardiola na temporada, é prova disso. O desempenho do volante Fernandinho, autor do primeiro gol dos ingleses no confronto, também sofreu. “Foi frio para marcar em uma de suas marcas registradas, as subidas ao ataque. Mas foi superado em vários lances”, disse o Daily Mail, enquanto o The Scotsman elogiou a reação rápida para empurrar para as redes, mas destacou que o brasileiro “cometeu um grande número de erros, algo que não é característico”.

Julio Cesar, do Benfica - Ciro Fusco/ANSA via AP - Ciro Fusco/ANSA via AP
Julio Cesar não consegue defender a cobrança de pênalti de Milik, do Napoli
Imagem: Ciro Fusco/ANSA via AP
Júlio César: adeus ao time titular

O goleiro do Brasil nas últimas duas Copas do Mundo foi o grande perdedor da rodada. E não foi só pelos 4 a 2 que seu time, o Benfica, levou do italiano Napoli. Em uma noite para esquecer, ele cometeu um pênalti e catou borboleta em um cruzamento que terminou em gol. “O ex-goleiro da Inter de Milão parecia um boneco de sal, lento”, escreveu a Gazzetta delo Sport, da Itália. Em Portugal já começa campanha para não voltar ao time titular. O Record falou em noite para esquecer: “No espaço de cinco minutos, Júlio César ficou ligado, de forma negativa, ao terceiro e quarto golos do Nápoles ao Benfica”. O jornal Público foi ainda mais contundente: “uma falha do guarda-redes brasileiro serviu como certidão de óbito para a rotatividade na baliza dos ‘encarnados’”. Se você está curioso, o novo titular deve ser o também brasileiro Ederson.

Thiago Motta não consegue mais acompanhar o ritmo

Como Júlio César, o brasileiro naturalizado italiano Thiago Motta também foi muito criticado. Seu time venceu por 3 a 1 o Ludogorets, da Bulgária, mas o volante de teve dificuldades para marcar e mostrou lentidão e falta de ritmo – ele até mesmo fez um pênalti bizarro, derrubando com a nuca, enquanto estava deitado no gramado, um rival. O Le Figaro disse que “aos 34, ele não consegue mais acompanhar o ritmo” e “não protege mais a defesa. Os jogadores do Ludogorets aproveitaram o espaço em suas costas com regularidade durante o primeiro tempo”.