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"Foi falta e pênalti". Ex-árbitro de Copa e especialistas avaliam polêmica

Gabriel Jesus se enrosca com Akanji, na Suíça, em lance polêmico da estreia do Brasil na Copa - Xinhua/Li Ga
Gabriel Jesus se enrosca com Akanji, na Suíça, em lance polêmico da estreia do Brasil na Copa
Imagem: Xinhua/Li Ga

Gabriel Carneiro e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

17/06/2018 19h12

Os dois lances polêmicos da estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia têm sido amplamente repercutidos, e três especialistas em arbitragem consultados pelo UOL Esporte acreditam que o árbitro mexicano César Ramos errou ao não marcar falta de Zuber em Miranda no lance do gol da Suíça e ainda não marcar pênalti de Akanji em Gabriel Jesus aos 27 minutos do segundo tempo, em lance que poderia mudar o placar de 1 a 1. Os jogadores da seleção se revoltaram especialmente porque Ramos abriu mão do recurso de vídeo.

"Essa questão do VAR (árbitro de vídeo) não está resolvendo nada", exclama José Roberto Wright, árbitro da Copa do Mundo de 1990, em discurso firme sobre a atuação do mexicano César Ramos em Rostov.

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"Fomos roubados descaradamente. Foi falta em cima do Miranda. Ele foi empurrado e para ver isso não precisava de porra nenhuma de árbitro de vídeo, porque foi na cara do árbitro e ele estava bem posicionado. Sobre o lance do Gabriel Jesus, foi pênalti. Ele (Akanji) agarrou e jogou no chão, fez o ippon (golpe de artes marciais japonesas). Nós fomos roubados, é vergonhoso", relatou o brasileiro de 73 anos.

A reportagem do UOL ainda consultou um árbitro Fifa que está em atividade em competições nacionais e internacionais. Ele disse que "oficialmente não fala nada", mas acredita em falta de Zuber em Miranda e pênalti de Akanji em Gabriel Jesus.

Miranda empurrado em lance de Brasil x Suíça - Ewel Samad/AFP - Ewel Samad/AFP
Imagem: Ewel Samad/AFP

O ex-árbitro Leonardo Gaciba, que pertenceu ao quadro da Fifa e hoje atua como comentarista de arbitragem na Rede Globo, concorda com a visão de Wright e do árbitro que não quis se identificar. Ele acha que o lance envolvendo Miranda e Zuber é "muito claro, quase uma unanimidade", que "o árbitro de vídeo deveria ter chamado o árbitro para ver a imagem na beira do campo", mas faz ponderações importantes em relação à jogada envolvendo Gabriel Jesus.

"É um lance muito interpretativo. Eu marcaria pênalti, mas acima de tudo eu penso: se eu fosse o árbitro de vídeo eu respeitaria a decisão do árbitro de campo, não chamaria o árbitro para ver a imagem pelo fato de ser um lance interpretativo e não um erro claro de arbitragem. Foi um pênalti meio escondido feito com o antebraço, não é claro. É importante deixar isso bem estipulado para o pessoal não confundir quando é que o árbitro de vídeo tem que atuar", discursa o especialista.

Diretamente envolvidos nos lances polêmicos, o zagueiro brasileiro Miranda disse após o jogo que deveria ter se jogado após o empurrão de Zuber, pois facilitaria a visão do árbitro, enquanto o próprio suíço falou em "disputa normal na área". De acordo com o técnico Tite a falta em Miranda foi clara, mas o Brasil não deveria reclamar

Gabriel Jesus, por sua vez, disse que "não tinha porque se jogar" no lance com Akanji.