Pela 2ª vez, Copa pode ter mais campeões fora da disputa do que nas quartas

A Copa do Mundo da Rússia não vem sendo a mais aprazível para os campeões mundiais. Dos oito times que têm a taça em suas salas de troféus, quatro já não podem repetir a conquista na Rússia. Dos quatro que seguem vivos, dois - Brasil e Inglaterra - ainda entram em campo pelas oitavas de final para tentar evitar repetir um vexame que, desde que a Copa adotou o mata-mata a partir das oitavas, em 1986, só aconteceu uma vez.

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Além de Brasil e Inglaterra, que ainda jogam seus futuros em campo pelas oitavas, estão garantidos na próxima fase França e Uruguai, que eliminaram Argentina e Portugal, respectivamente, e se encaram na briga por um lugar na semi. Dos outros campeões, a Itália não foi à Copa, a Alemanha caiu na fase de grupos e Espanha e Argentina sucumbiram ao primeiro mata-mata. 

Campeões patinaram em 2002

No Mundial de 2002, organizado de forma conjunta por Japão e Coreia do Sul, menos da metade das então sete campeãs chegaram às quartas de final. Apenas Brasil, Inglaterra e Alemanha terminaram entre as oito primeiras, enquanto que outros quatro ficaram pelo caminho: França, Uruguai e Argentina na fase de grupos, e a Itália nas oitavas.

Aquela Copa do Mundo, de fato, foi uma exceção para os grandes. Desde que a Copa do Mundo passou a ter o atual modelo, com mata-mata a partir das oitavas de final, ao menos metade dos campeões chegaram vivos às oitavas de final. Em 2006, por exemplo, dos sete campeões, seis chegaram entre os oito primeiros - o Uruguai nem foi à Copa.

Potências caindo cedo desde 2010

Entre 1986 e 1998, as eliminações de campeões antes das quartas eram mais raras. Durante todo esse período, em que o mundo tinha seis campeões (a França entrou no grupo em 1998) e o Uruguai vivia má fase, as quartas de final sempre tiveram quatro dos campeões.

A partir de 2010, a Copa do Mundo começou a lidar com o fato novo: campeões sendo regularmente eliminados já na fase de grupos. Na África do Sul, França e Itália nem foram aos mata-matas. Em 2014, Espanha, Itália e Inglaterra caíram na primeira fase, que em 2018 derrubou a Alemanha. 

Se o levantamento considerar o desempenho das nove equipes mais tradicionais da Copas - oito equipes que hoje são campeãs mundiais e a Holanda, três vezes vice-campeã -, o recorde de ausências nas quartas de final é das Copas de 2002 e 1990, quando cinco equipes caíram antes das quartas. Sem Itália, Holanda, Argentina, Espanha e Alemanha, o Mundial de 2018 já igualou esse feito.