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Copa 2018

Ninguém ataca tão pouco quanto a Colômbia. Mas a Inglaterra está a perigo

Falcao Garcia é apontado como um dos melhores centroavantes do mundo, mas tem tido poucas chances - Patrick Smith - FIFA/FIFA via Getty Images
Falcao Garcia é apontado como um dos melhores centroavantes do mundo, mas tem tido poucas chances
Imagem: Patrick Smith - FIFA/FIFA via Getty Images

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo (SP)

03/07/2018 04h00

O Grupo H foi apontado por muita gente como o mais sem graça da Copa do Mundo. Não havia nenhuma seleção de peso, os craques desses times pouco apareceram e a segunda colocação da chave foi definida por critérios disciplinares. E até a Colômbia, sensação em 2014 e que terminou a primeira fase em primeiro, contribuiu para as críticas ao grupo. De todos os classificados às oitavas de final, ninguém atacou tão pouco quanto os sul-americanos, que encaram a Inglaterra às 15h desta terça-feira, em Moscou.

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Segundo as estatísticas divulgadas pela Fifa, os colombianos tentaram finalizar 25 vezes em três jogos. É a terceira pior marca de todo Mundial. Apenas Panamá e Irã arriscaram menos. Desse número, só oito foram em direção ao gol dos adversários, mas cinco foram suficientes para vencer os goleiros. O melhor desempenho foi na segunda rodada, com os 3 a 0 sobre a Polônia. Ainda assim, a partida foi marcada mais pela eficiência nos contra-ataques do que por uma presença constante da Colômbia no campo ofensivo. Tanto é que foram três chutes no gol e três gols.

A estreia contra o Japão também ajuda a explicar os dados frágeis no ataque. A seleção comandada por José Pekerman teve Carlos Sánchez expulso nos primeiros minutos e precisou atuar recuada até o fim. Entra aí também a opção do treinador, que busca jogo reativo para usufruir da velocidade de seus pontas, do passe qualificado de seus meias e da fama de um dos centroavantes mais badalados do mundo.

O problema é que Falcao Garcia só finalizou cinco vezes a gol nesta Copa. É a mesma quantidade de chutes apresentada pelo zagueiro brasileiro Thiago Silva. Os dois também estão empatados em número de gols: um a um. Outro fator é a participação restrita de James Rodríguez. Ele entrou no meio do confronto com o Japão, foi titular diante da Polônia e saiu lesionado contra o Senegal. Mesmo assim, teve tempo de registrar duas assistências na segunda rodada. A dúvida é se ele terá condições de enfrentar a Inglaterra nesta terça.

O alento para os colombianos está na combinação até aqui bem-sucedida entre Juan Quintero e as bolas paradas. O meia canhoto do River Plate marcou um dos cinco gols de falta desta edição da Copa e cobrou escanteio na cabeça de Yerry Mina na vitória sobre Senegal na última rodada. Das 25 tentativas de finalização da Colômbia no Mundial, 14 nasceram de jogadas de bola parada. 

A dificuldade para chegar ao ataque pode preocupar os colombianos. Mas não pense que a Inglaterra esteja entre as seleções mais sólidas defensivamente para tornar a vida dos sul-americanos mais complicada. Em três jogos, foram três gols sofridos. E mesmo enfrentando times mais fracos, como Tunísia e Panamá, além do duelo de equipes mistas contra a Bélgica, os ingleses permitem quase dez finalizações adversárias por partida. 

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