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Presidente da Conmebol diz que foi traído por voto do Brasil no Marrocos

Ao contrário das outras federações sul-americanas, Coronel Nunes votou pela candidatura marroquina - Mauro Pimentel/AFP
Ao contrário das outras federações sul-americanas, Coronel Nunes votou pela candidatura marroquina
Imagem: Mauro Pimentel/AFP

Do UOL, em São Paulo (SP)

12/07/2018 13h19

A mudança de opinião de Coronel Nunes, atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ainda gera insatisfação na Conmebol. O mandatário Alejandro Domínguez, por exemplo, classificou como uma “traição” o voto do dirigente brasileiro na candidatura do Marrocos para ser sede do Mundial de 2026. A parceria Estados Unidos, Canadá e México ganhou o pleito.

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“Quando saiu o resultado, vi que o Brasil votou no Marrocos, fiquei surpreso. Perguntei ao Fernando Sarney e ele estava surpreendido com o que tinha acontecido. Eu me senti traído, porque não ajuda a imagem do Brasil nem da Conmebol. É um tema de muita vergonha”, afirmou, em entrevista à TV Globo.

A surpresa de Alejandro Domínguez se deu pelas seguintes discussões entre os dirigentes da Conmebol nos meses antecedentes à eleição, que ocorreu na Rússia às vésperas da Copa do Mundo.

“Eu vi com muita surpresa, porque em abril neste ano tivemos uma reunião no conselho. Ouvimos as duas candidaturas e votaríamos em México, EUA e Canadá. Um mês depois, e Assunção, tivemos outra reunião e ratificamos os votos. Na Rússia, voltamos a nos reunir e ratificamos os votos”, acrescentou.

Coronel Nunes foi o único representante de federação sul-americana a escolher a candidatura marroquina. O presidente da CBF ignorou a recomendação do bloco da Conmebol e achou que o voto era secreto; a opção "queimou" o Brasil dentro da entidade.

Ao ser confrontado, o presidente da CBF se enrolou na justificativa. “Eles (EUA) já fizeram Copa. Era bom que fosse o Marrocos. (...) É só um voto”, minimizou.

Todavia, com a fala do presidente da Conmebol, não se tratava apenas de um voto. Coronel Nunes vai deixar o cargo mais alto do executivo da CBF somente em abril de 2019, quando o eleito Rogério Caboclo assume o posto.

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