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Justiça fala em 'má-fé' na manutenção de datas e adia eleição do Vasco

Dinamite disputa a reeleição no Vasco, mas terá que aguardar nova decisão da Justiça - Site oficial do Vasco
Dinamite disputa a reeleição no Vasco, mas terá que aguardar nova decisão da Justiça Imagem: Site oficial do Vasco

Pedro Ivo Almeida

No Rio de Janeiro

28/07/2011 18h59

Ainda não será na próxima terça-feira, dia 2 de agosto, que os vascaínos poderão escolher o presidente do clube para o triênio 2011/12/13. Segundo decisão da juíza Ione Pernes, da 37a Vara Cível, expedida no fim da tarde desta quinta, a eleição do Vasco está adiada.

ELEIÇÃO CONVOCADA E LISTA PUBLICADA

  • Divulgação/ Site oficial do Vasco

    Olavo convocou eleições e avisou que a lista está disponivel, mas a juiza questionou a legalidade

Segundo a juíza, a manutenção da data do pleito, e a consequente convocação da eleição após o cumprimento da última determinação judicial, representou um equívoco por parte da Assembleia Geral, que não teria entendido a decisão da Justiça. No despacho desta quinta-feira, Ione Pernes afirmou que bastava uma leitura simples dos autos do processo para entender que a eleição estava adiada, só admitindo uma afirmação contrária caso a mesma fosse de autoria da magistrada, o que não aconteceu.

A juíza da 37a Vara Cível ainda despachou que a manutenção da votação para a próxima quinta-feira poderia representar um ato de má-fé, visto que a eleição foi mantida sem a devida manifestação da Justiça sobre o caso.

Informado pela reportagem do UOL Esporte sobre o despacho da juíza Ione Pernes, o presidente da Assembleia Geral do Vasco, Olavo Monteiro de Carvalho se mostrou tranquilo e garantiu que o departamento jurídico do clube iria tomar as providência necessárias o mais rápido possível para garantir a realização do pleito na próxima terça-feira, dia 2.

"Ainda não sabia dessa decisão, mas o meu departamento jurídico já estará tomando as devidas providências nas próximas horas. Já tínhamos noção de alguns desses processos", tranquilizou Olavo, acrescentando.

"Até a eleição, como era de se esperar, teremos algumas decisões desse tipo, infelizmente. Eles (oposição) querem tumultuar o pleito, mas eu posso garantir ao associado vascaíno que o processo está completamente dentro da legalidade", afirmou o presidente da Assembleia Geral.

Representantes da oposição, que impetraram a ação, garantiram que a decisão da Justiça também foi baseada nas irregularidades contidas na lista. Segundo Pedro Valente, dados incompletos e endereços inaceitáveis podiam ser observados na relação dos votantes.

"Eu sempre acreditei na Justiça. Não é possível que eles iriam aceitar uma lista absurda daquelas. Tinha gente com cadastro incompleto, sócio sem pai nem mãe, uma vergonha. Isso sem falar no cadastro dos endereços. Cerca de duas mil pessoas apresentaram o mesmo CEP. Eles ficaram desesperados com a última decisão da Justiça, fizeram uma lista de qualquer jeito e a juíza, obviamente, não poderia aceitar isso", salientou o candidato da oposição.

Leia a íntegra do despacho da juíza da 37a Vara Cível:

"Constata, o juízo, que os supdos ao cumprirem a liminar juntaram petição ´informando´ ao juízo, que face ao cumprimento da liminar, desnecessária a prorrogação da data designada para as eleições, ´a qual deverá ser mantida´. Adverte, o juízo, aos suplicados que a conclusão por eles externada originou-se de ilação própria da parte sem qualquer decisão do processo a embasar a mencionada conclusão. Ademais, basta uma perfunctória leitura da decisão de f.154, para que se conclua , sem necessidade de possuir altíssimo grau de entendimento, que a eleição foi adiada. Por derradeiro, a manutenção da data para a eleição desafia a aplicação de litigância de má-fé aos supdos."