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Santos veta dirigente questionado por São Paulo para evitar mais polêmicas no 'caso Ganso'

Negociação por Ganso gera polêmica entre diretores dos rivais paulistas - Leonardo Soares/UOL
Negociação por Ganso gera polêmica entre diretores dos rivais paulistas Imagem: Leonardo Soares/UOL

Adriano Wilkson e Samir Carvalho

Do UOL, em São Paulo e Santos

04/09/2012 06h00

Pedro Nunes Conceição, o dirigente que intermediava a negociação entre Santos e São Paulo por Paulo Henrique Ganso, não poderá mais continuar as conversas sobre o meia. Ele foi afastado do caso pela diretoria santista depois que cartolas do Morumbi o acusaram de não reportar todo o conteúdo da negociação ao presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro.

Em suma, o São Paulo não confiava mais no intermediador alvinegro, e a diretoria da Vila resolveu substituí-lo para evitar mais polêmicas na negociação. Não foi divulgado o nome do novo indicado para a função, mas o clube tricolor deve continuar lidando com os demais membros do conselho gestor da Vila.

Na sexta-feira, o diretor de futebol são-paulino, Adalberto Baptista, havia questionado a sinceridade de Conceição. “Passei a duvidar se todos os passos da negociação estavam sendo relatados ao presidente [Luis Álvaro]. Quando o Juvenal me delega uma função e me dá carta branca para o negócio, depois eu trago os resultados. Percebi que do outro lado não estava sendo assim”, disse o dirigente.

O pomo da discórdia foi a informação passada à cúpula santista de que o São Paulo havia desistido de contar com Ganso, o que os cartolas do Morumbi afirmam jamais ter dito. De acordo com Adalberto, a informação errada foi transmitida por Conceição ao presidente Luis Álvaro.

Não é a primeira vez que Conceição, membro do conselho gestor santista, cai em descrédito no meio de uma negociação de um jogador da Vila. No começo deste ano, o cartola chegou a mandar um e-mail ao lateral Danilo, liberando-o para viajar e se apresentar ao Porto, clube para o qual estava vendido.

Mas o acordo feito entre os portugueses e o Santos previa que Danilo fosse liberado apenas no meio do ano. Quando soube do e-mail de Conceição, o presidente Luis Alvaro ligou para o Porto e desautorizou seu subordinado. Aos cartolas europeus, o mandatário disse que Conceição não tinha autonomia para liberar Danilo.

Diante da insistência dos portugueses para ter o lateral, o presidente só aceitou liberá-lo depois de confirmado o empréstimo de Fucile, atual lateral santista, que pertence ao Porto. Mas o estrago já estava feito. Pelo Twitter, Danilo mostrou irritação pública e escreveu que a cartolagem da Vila não tinha palavra.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do clube, que tratou o caso como “assunto interno” e preferiu não fazer um pronunciamento. Porém, a assessoria afirmou que Conceição continua sendo o “homem de confiança” da presidência.

O cartola continuará suas funções normais no clube, mas não deve mais lidar com os diretores são-paulinos. Na sexta-feira, ele participou de uma reunião com Ganso, na qual a diretoria fez uma proposta de renovação de contrato e aumento salarial.

Mas a conversa só serviu para piorar o clima entre o jogador e o clube. Durou apenas cinco minutos, não teve a participação do presidente e irritou o meia, que se sentiu desprestigiado.