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Grêmio amplia 'legião gringa' com argentinos e ganês no elenco de base

Robertino Canavesio, zagueiro argentino que agora defende o Grêmio em testes - Reprodução/CA Sarmiento
Robertino Canavesio, zagueiro argentino que agora defende o Grêmio em testes Imagem: Reprodução/CA Sarmiento

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

04/05/2013 06h00

O Grêmio começou neste ano um processo de internacionalização das categorias de base. A abertura a outros países teve o primeiro passo confirmado no fim do mês passado. O argentino, cuja identidade foi escondida até completar 18 anos, assinou contrato com o clube. Trata-se de Claudio Gaona. E ele não é o único. Dois outros argentinos e um ganês também passam por testes no Tricolor.

Claudio Gaona fez 18 anos em meados de abril e chegou ao Grêmio após ser observado em um projeto social na Argentina. O armador será integrado ao elenco, mas a ideia não é o aproveitar nos torneios neste ano, somente a partir do ano que vem, no Sub-20.

Atualmente, três jogadores fazem testes nas divisões de base do Grêmio. Dois são argentinos: Nicolás Minutella, volante de 18 anos que veio do All Boys. E Robertino Canavesio, zagueiro canhoto de 19 anos que atuava no Parma, da Itália, mas deixou a Europa por não conseguir passaporte comunitário.

"Ele [Canavesio] é muito forte, tem 1,88 de altura. Conseguimos entrar no negócio e eles estão no segundo momento do monitoramento. Os avaliamos nos países, e agora durante três semanas no Grêmio. Se aprovados, com adaptação ao futebol, às rotinas e ao país, ficarão conosco", explicou o diretor executivo das categorias de base, Júnior Chávare.

Além deles, um ganês também passou por avaliações no Grêmio. Simeah Felix, de 18 anos, que tem passagens pela seleção Sub-17 de Gana, no entanto, não foi aprovado e deve voltar para África.

UNS QUE VEM, OUTROS QUE VÃO: PARAGUAIO DEIXA TIME DE BASE DO GRÊMIO

O Grêmio não renovou o contrato do meia Fabián Barreto, de 19 anos. O paraguaio fazia parte do elenco das categorias inferiores e não seguirá no clube.
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"Ele é um jogador de valências importantes. Temos que ver se o que temos aqui não é igual a ele. Já ficou as três semanas aqui, agora voltará para África. O que facilita nos argentinos é que o idioma é relativamente parecido. Já com ele, era no inglês. E um inglês precário ainda. Ficou complicado', falou Chávare.

O sistema de monitoramento do Grêmio conta com 32 avaliadores espalhados pelo mundo. Sempre que um bom nome é encontrado, passa por uma observação criteriosa e se aprovado chega ao clube para três semanas de treinos. Os próximos alvos estão definidos: um zagueiro italiano e um asiático.

"Não estamos trazendo jogadores por trazer. Tem que ter qualidade. Abrimos mão do resultado para isso. É um ganho cultural para nossos atletas, convivência tática e ainda ganho técnico", falou Chávare.

Para isso, o clube forma parcerias em outros países. A primeira - de onde veio Minutella - foi firmada com o All Boys, da Argentina. No clube, o contato gremista é Micó, reconhecido formador de atletas que trabalhou com Barcos no Racing. O Grêmio aposta na força do mercado brasileiro para persuadir futuros craques.

"O Brasil é um mercado bom por vários motivos. Condição econômica, Copa do Mundo, as novas arenas, só se fala no Brasil. Os estádio servem para chamar atenção. Além de ser um país receptivo naturalmente, acolhedor. Temos ainda as melhores condições de preparação física, recuperação e fisioterapia", finalizou o diretor.

Se por um lado chegam estrangeiros, por outro saem. Fabián Barreto, de 19 anos, não teve contrato renovado e deixou o clube. O paraguaio teve vínculo encerrado na última semana. E para reverter isso em lucro futuro, o clube aposta em ser majoritário em todas as contratações. "Hoje temos no mínimo 60% dos direitos de todos os atletas. O Grêmio não é mais 'barriga de aluguel'. Em média, temos 80% da maioria dos atletas. Isso nos dá garantias. Temos uma boa perspectiva de lucro, e não gastamos um centavo com isso", completou.