Topo

Oposição do Inter quer Tite como técnico em 2015. Abel é o plano B

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

11/10/2014 06h00

A oposição do Internacional ainda nem confirmou sua chapa para a eleição presidencial, mas já faz planos em caso de vitória no pleito do final deste ano. A ideia do grupo chamado Diretas Sempre é contratar Tite para o cargo de treinador. Abel Braga, atual comandante e com vínculo até o último dia de 2014, é o plano B.

A ideia não nasceu após a derrota vexatória diante da Chapecoense, na quinta-feira. Antes do revés de 5 a 0 em Santa Catarina o plano já havia sido deflagrado. Com sondagem e construção de um projeto para seduzir o treinador a voltar ao Beira-Rio após cinco anos.

O trunfo do grupo para se aproximar de Tite, desempregado desde que deixou o Corinthians, é Vitório Piffero. O ex-presidente do Colorado deverá ser confirmado como candidato até o final de outubro e já trabalhou com o técnico campeão mundial pelo clube paulista.

Livre no mercado, Tite afirmou em agosto que deseja esperar as definições do futebol brasileiro para 2015. Desta forma, o técnico aborta a meta de assumir uma seleção. O grande objetivo era ser o sucessor de Felipão na CBF, mas Dunga acabou sendo o escolhido. A federação paraguaia de futebol também iniciou tratativas, mas não houve acordo entre as partes.

Já Abel Braga fica em segundo plano, mas também tem boa relação com Piffero. O dirigente estava na cúpula do clube em 2006, quando o treinador foi campeão mundial diante do Barcelona. E também foi quem recontratou o técnico em 2007, após passagem fugaz de Alexandre Gallo.

No Grêmio o nome de Tite chegou a ser especulado, logo após a demissão de Enderson Moreira. Mas ele não chegou a ser procurado, já que Fábio Koff partiu direto para um trabalho de convencimento em cima de Luiz Felipe Scolari. Exitoso em sua cruzada, o cartola conseguiu trazer de volta o velho parceiro da década de 1990 e sequer tratou de sondagens com o técnico que passou pelo tricolor entre 2001 e 2003.

O grupo Diretas Sempre é formado por dissidentes do Movimento Inter Grande, o ‘partido’ que comandou o Internacional entre 2002 e 2010. Ao lado de outros núcleos, soma cerca de 110 votos no conselho deliberativo. E está em vias de fechar acordo com o Convergência Colorada, que renderia mais 80 votos naquilo que pode ser definido como 1º turno da eleição presidencial.

Vitório Piffero deve disputar a eleição contra Marcelo Medeiros, atual vice-presidente de futebol. Medeiros conta com o apoio da gestão e sua maioria de votos dentro do conselho deliberativo. Se ambas as chapas superarem a cláusula de barreira na primeira etapa, o pleito será decidido com voto dos associados.

A situação, com Giovanni Luigi, garantiu Abel Braga no cargo após o resultado histórico em Santa Catarina. Nas palavras de Marcelo Medeiros, a cúpula tem convicção no trabalho do treinador. A derrota fora de casa derrubou o time para o terceiro lugar, com 47 pontos, e tornou o sonho de superar o Cruzeiro quase inviável.