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Juiz espanhol aceita julgar Neymar e Barça por corrupção e fraude fiscal

Albert Gea/Reuters
Imagem: Albert Gea/Reuters

Do UOL, em São Paulo

07/11/2016 12h52Atualizada em 07/11/2016 15h09

Um mês depois de o Ministério Público Espanhol pedir a reabertura do caso contra Neymar, o juiz José de la Mata propôs que sejam julgados Neymar, o pai do jogador e ex-dirigentes do Barcelona por supostos delitos de corrupção e fraude fiscal. A ação na Espanha foi movida pelo fundo DIS, que detinha parte dos direitos econômicos do atacante,

Além de Neymar e o pai, responderão criminalmente o presidente do Barcelona, Josep Bartomeu, e o ex-presidente do clube catalão, Sandro Rosell (que presidia o Barça na época da contratação de Neymar). 

O juiz José de la Mata investiga o contrato firmado pelo Barcelona com a N&N (de Neymar pai e Nadine, mãe do atacante) antes da transferência do atacante para o Barcelona. O clube espanhol pagou à empresa da família do atleta 40 milhões de euros pelo “direito de preferência” na contratação do jogador, o que acabou ocorrendo.

O Tribunal de Madri alega que essa transação entre Barça e família de Neymar foi definida sem comunicar aos então detentores dos direitos de Neymar. Na época, detinham os direitos o Santos (55%), a DIS (40%) e a Teísa (5%). Além disso, o juiz acrescenta que esse acordo violou regulamento de transferências da Fifa. 

Os 40 milhões de euros foram depositados pelo Barcelona para a N&N em parcelas, de 2011 a 2013. Neymar foi negociado para o clube espanhol em 2013 por 17,1 milhões de euros na época. O Barcelona informou, na época, que havia desembolsado 57,1 milhões para adquirir Neymar, somando os valores da compra dos direitos e do repasse para a N&N.

A DIS acionou a Justiça espanhola reivindicando direito a 40% dos 40 milhões de euros, alegando que esse valor foi camuflado pelo Barça e família para não ser repassado aos antigos donos dos direitos econômicos.

O UOL Esporte entrou em contato com a assessoria de Neymar e com a DIS nesta segunda-feira e aguarda pronunciamento. 

Em julho, o mesmo juiz havia decidido por arquivar o processo, mas a DIS, que se considerou lesada com a transferência do brasileiro, abriu uma queixa-crime junto ao órgão federal em Madri. Agora, José de la Mata decidiu reabrir o caso.

Em julho, conforme decidiu a Justiça espanhola, a família de Neymar não cometeu crime ao negociar com o Barcelona pelo menos dois anos antes do acerto definitivo (em 2013). Isso porque o então presidente do Santos, Luis Álvaro de Oliveira, assinou um documento autorizando a família do jogador a negociar com o clube espanhol.

O Tribunal, portanto, considerou que havia consentimento do Santos quanto aos contatos feitos por Neymar e Barcelona durante todo o processo.

Por essa razão, o processo na esfera criminal foi arquivado. No entanto, o Tribunal espanhol manteve o processo na esfera cível movido pela DIS por conta da incompatibilidade nos valores envolvidos na transação.

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