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Atlético-PR suspende pagamentos a Luciano Cabral, preso na Argentina

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL, em Curitiba (PR)

02/02/2017 19h20

O Atlético Paranaense suspendeu o contrato do meia Luciano Cabral, preso na Argentina acusado de participar de um assassinato. A suspensão, porém, não significa rescisão contratual com o jogador, emprestado pelo Argentinos Juniors até julho de 2017, com opção de compra. O que o Atlético aguarda é a definição do caso por parte da Justiça Argentina.

“Não temos muitas informações sobre o que acontece lá, mas o contrato está suspenso. Não foi rescindido e não será enquanto não tem uma definição da situação”, explicou o advogado do Atlético, Gustavo Rocha. Suspender o contrato significa, em outros termos, suspender o pagamento dos salários durante o período dessa indefinição judicial. De acordo com o advogado, o contrato é considerado sem valor e pode ser prorrogado na justiça depois, caso haja interesse. “O clube vai examinar. A lei dará direito a isso, mas precisa compor com o outro clube”, disse citando o Argentinos Juniors.

Estima-se que Cabral ganhe algo em torno de US$ 20 mil mensais.

Jogador se diz inocente

Acusado de participar da morte de Joan Villegas na noite de 1 de janeiro, Luciano Cabral disse em depoimento à polícia argentina de que estava dormindo quando tudo aconteceu. “Luciano, Luciano, desperta que seu pai e seu primo saíram porque tem problemas”, teria lhe dito uma tia, em relato feito pelo advogado de Cabral - Gustavo Nedic, que presenciou o depoimento – ao jornal El Sol da Argentina.

A mulher então teria mostrado a direção onde teriam ido os parentes e Cabral saiu em busca deles. Disse então ter encontrado o pai e os primos (todos indiciados e detidos), “transtornado como nunca, fazendo ‘não’ com a cabeça. Perguntei o que aconteceu e o pai respondeu, ‘seus primos mandaram você ir embora por que vai ter problema”, diz o relato. Horas depois, o pai acabou detido.

Pela descrição do advogado de Cabral, o jogador chorou muito e pediu ao juiz que o liberasse, dizendo, “destruíram minha carreira”. 

Na última quarta-feira (2), Cabral passou por uma audiência que durou cerca de três horas. O juiz Ignacio Olmedo acatou acusação de homicídio qualificado e manteve a prisão preventiva do jogador e seu pai, Axel Olguín.