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Neymar tem contrato até 2022 no PSG. E será difícil sair antes disso

AP Photo/Francois Mori
Imagem: AP Photo/Francois Mori

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris

07/08/2017 12h00

Em 2015, o zagueiro Marquinhos entra na sala do presidente do Paris Saint-Germain, o sheik Al-Khelaifi. O pedido é para facilitar uma desejada transferência para o Barcelona. Algo em vão. Mês passado, o volante italiano Marco Verrati segue o mesmo roteiro. Outra vez, o sheik não é sensibilizado. Histórias que mostram como será dura a vida de Neymar caso queira deixar o PSG durante os cinco anos de contrato.

Na gestão Al-Khelaifi a partir da temporada 2011-2012, o PSG se notabilizou por ser um clube comprador. Vender os craques não faz parte dos planos e Neymar vive a expectativa de atuar na equipe francesa até a Copa de 2022, no Catar.

Antes do brasileiro, quem viveu a experiência de cumprir o acordo contratual com o clube foi o sueco Zlatan Ibrahimovic. A ida para o Manchester United, em 2016, só foi possível ao encerrar o vínculo de quatro anos estabelecido com o PSG, em 2012.

Nas cinco temporadas completas pelo PSG, o sheik tem apenas a venda do brasileiro David Luiz ao Chelsea, em 2016, como grande negócio. Foram 35 milhões de euros pagos pelo clube inglês.

No total dos seis anos do comando de Al-Khelaifi são “apenas” 142,5 milhões de euros lucrados em venda de jogador de acordo com o site transfermarket.com. No quesito compras, a soma chega a 940 milhões de euros, com Neymar sendo o carro chefe ao custar 222 milhões de euros.

Atualmente, o brasileiro Lucas Moura é quem sofre com a maneira dura como Al-Khelaifi atua no mercado. Exigente, quer ao menos de 30 milhões de euros pelo jogador que está insatisfeito no clube. Caso contrário, o meia está ciente de que vai permanecer mesmo que encostado – não foi relacionado para a partida de estreia pelo Campeonato Francês diante do Amiens.

Divergências sobre a multa

“Acabei de chegar e vocês já querem que eu saia”. Foi a brincadeira de Neymar em sua apresentação para a sequência de perguntas da imprensa francesa sobre a multa rescisória contratual. A desconfiança de que o brasileiro não cumprirá todo o contrato pelo clube existe muito por conta da saída do Barcelona, após passar apenas pelo primeiro ano do vínculo válido até 2021.

Já o sheik Al-Khelaifi preferiu adotar o tom de mistério: “contrato é sigiloso”. Mais tarde, comentou ao site ESPN FC não ter aplicado multa rescisória, seguindo a lei da Liga Francesa de Futebol que proíbe clubes de aplicarem qualquer valor para rompimento de vínculo.

O fato de não ter multa contratual é o que impediu Verratti de ir ao Barcelona. No entanto, muitos jogadores da Liga Francesa se utilizam de manobras jurídicas para estabelecerem multas rescisórias. 

No contrato de Neymar, representantes do estafe do jogador garantem que uma multa foi estipulada. Oficialmente, o aviso é de que o tema não será revelado. “O valor é um absurdo”, comentou um membro do estafe ao UOL Esporte.