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Duelo com Galo marcou a chegada de Ceni. Depois de um ano, tudo mudou no SP

Em novembro de 2016, Maicon abriu caminho para o Tricolor vencer no Horto - Rubens Chiri/São Paulo FC
Em novembro de 2016, Maicon abriu caminho para o Tricolor vencer no Horto Imagem: Rubens Chiri/São Paulo FC

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo (SP)

11/10/2017 04h00

Não faz nem um ano desde a última visita do São Paulo ao Independência, casa do Atlético-MG, mas desde o embate de 27 de novembro de 2016, válido pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro daquela temporada, o Tricolor se transformou. Tanto é que o time deve entrar em campo no Horto, nesta quarta-feira, às 21h45, só com titular do triunfo por 2 a 1 na temporada passada.

Na ocasião, os são-paulinos celebravam o acerto com Rogério Ceni para ser o treinador da equipe em 2017. Ricardo Gomes havia sido desligado poucos dias antes para o "Mito" ser anunciado, mas o então auxiliar Pintado comandou o São Paulo nas duas últimas rodadas do Brasileirão. A escalação inicial em Belo Horizonte tinha Renan Ribeiro, Buffarini, Maicon, Rodrigo Caio e Mena; Wellington, Thiago Mendes e Cueva; David Neres, Luiz Araújo e Chavez. Entraram ao longo do jogo o goleiro Denis e os atacantes Robson e Gilberto.

Ali, Pintado já tentava implantar alguns dos métodos desejados por Ceni, como a saída de bola desde a defesa, sem chutões, e uma marcação mais adiantada. A impressão era que um projeto de longo prazo estava sendo construído, mas passados pouco menos de dez meses, o que se vê é um São Paulo totalmente modificado. Embora Dorival Júnior também preze pelas características citadas acima, a comissão técnica foi trocada quase em sua totalidade - ficaram apenas médicos, fisioterapeutas e analistas - e elenco se transformou.

Renan Ribeiro perdeu vaga para Sidão e não tem sido nem sequer relacionado, com poucas chances de seguir na próxima temporada. Denis, que entrou no fim do primeiro tempo em 2016 devido à lesão de Renan, fica como opção, mas já sabe que sairá em dezembro, quando termina seu contrato. Buffarini perdeu vaga para o garoto e improvisado Militão. Maicon, Thiago Mendes, David Neres e Luiz Araújo foram vendidos, enquanto Wellington foi emprestado ao Vasco. Mena, Chávez e Robson tiveram os empréstimos encerrados. Gilberto está lesionado para o duelo desta quarta e também não ficará para 2018. 

Sobram Cueva e Rodrigo Caio. O primeiro foi titular do Peru contra a Colômbia na última terça-feira, pela última rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018. Sem condições de jogo, não foi chamado para viajar a Minas Gerais. Rodrigo Caio, que ficou no banco do Brasil contra o Chile, em jogo no Allianz Parque, já estava relacionado, viaja nesta quarta e deve ser titular. O único da formação inicial do ano passado.

O 2 a 1 de 2016 foi conquistado de virada, graças aos gols de Maicon, de falta, e Gilberto, após passe de Robson. E esse jogo não foi o único tratado como marco de um projeto no São Paulo. Meses antes, em 18 de maio, o Tricolor perdeu por 2 a 1, mas eliminou o Galo nas quartas de final da Copa Libertadores da América. Foi o ponto alto de um planejamento exaltado do então diretor-executivo Gustavo Oliveira, que montou o elenco semifinalista gastando muito pouco e com jogadores dedicados, que reaproximaram a torcida do clube depois de um turbulento 2015. O Tricolor acabou caindo na semifinal para o Atlético Nacional, perdeu Edgardo Bauza para a seleção argentina, dispensou Gustavo e lutou contra o rebaixamento no Brasileirão.

A partida desta quarta, válida pela 27ª rodada do Brasileirão, é uma chance de consolidação para o projeto encabeçado por Dorival Júnior. A diretoria tenta respaldá-lo para mudar a imagem deixada pela demissão de Rogério Ceni em julho, enquanto o elenco se fecha para salvar o Tricolor do rebaixamento. Se vencer o Galo, pode terminar a rodada na oitava posição. Se perder, corre o risco de voltar à zona da degola.