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Guerrero não é unanimidade, mas Fla aguarda recursos por decisão contratual

O futuro do atacante Paolo Guerrero é uma incógnita: Flamengo estuda o que fazer - Arnd Wiegmann/Reuters
O futuro do atacante Paolo Guerrero é uma incógnita: Flamengo estuda o que fazer Imagem: Arnd Wiegmann/Reuters

Rodrigo Mattos e Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/12/2017 04h00

A suspensão imposta pela Fifa ao atacante Paolo Guerrero não foi recebida no Flamengo como algo surpreendente. Era esperado nos bastidores do clube que o peruano não escapasse de alguma punição ao ser flagrado no exame antidoping com benzoilecgonina, o principal metabólito da cocaína. Na última sexta, ficou decidido que o gancho é de um ano.

A questão agora está no que fazer em relação ao contrato, válido até 10 de agosto de 2018. O camisa 9 não é unanimidade na diretoria comandada pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello, mas qualquer decisão só será tomada após o julgamento dos recursos no Tribunal de Apelações da Fifa e na Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Antes do julgamento, a direção rubro-negra acompanhava de longe, consultando os advogados de Guerrero, mas o apoio também jamais foi unânime. Alguns dirigentes se mostraram contrariados com o jogador, assim como outros que estavam em seu favor.

Ao mesmo tempo, havia uma expectativa otimista dentro da diretoria do Flamengo em relação ao julgamento apesar da quase convicção de que algum tipo de pena seria aplicada. Com o anúncio de um ano de suspensão, a cúpula do clube começou a discutir para saber qual será o destino do atleta.

A rescisão com Guerrero antes de uma sentença definitiva é complicada. Para romper o contrato com um atleta por doping, é preciso que isso esteja previsto no acordo. Mais que isso, é necessário que exista uma decisão sem possibilidade de recursos, o que só ocorreria no caso após sentença do CAS. A defesa do atleta, inclusive, quer que o julgamento no CAS ocorra no início de 2018 por um procedimento rápido do tribunal.

Isso coloca o Flamengo em uma situação difícil, já que o clube não tem centroavante para a temporada 2018, mas ao mesmo tempo paga por um atacante de ponta. Assim, terá de investir, mas continuar pagando Guerrero até pelo menos ele ser julgado em definitivo. Isso, claro, a não ser que ocorra uma rescisão amigável, o que não é vislumbrado no momento.

Até lá, o Flamengo estuda o que fazer e pouco se pronuncia. O clube divulgou apenas uma nota quando o caso veio à tona e em nenhum momento realizou as tradicionais campanhas nas redes sociais para apoiar o atleta. As hashtags e frases de apoio sumiram. Resta saber o que será decidido após o fim do julgamento. Hoje, Paolo Guerrero ainda veste vermelho e preto.