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De Dragon Ball na TV ao Paulistão: Tchê Tchê encara primo pela primeira vez

Tchê Tchê em ação durante jogo do Palmeiras contra o Santo André  - Ale Cabral/AGIF
Tchê Tchê em ação durante jogo do Palmeiras contra o Santo André Imagem: Ale Cabral/AGIF

Lucas Pastore

Do UOL, em São Paulo

28/01/2018 04h00

A quarta rodada do Campeonato Paulista será especial para uma família da zona leste da cidade de São Paulo. Neste domingo, às 17h, no estádio Nabi Abi Chedid, os primos Tchê Tchê, do Palmeiras, e Evandro, do Bragantino, que cresceram jogando bola e assistindo Dragon Ball Z juntos, se enfrentam pela primeira vez em suas carreiras profissionais.

Tchê Tchê e Evandro cresceram em Guaianases, bairro localizado na zona leste de São Paulo. Cresceram criados como irmãos e começaram suas trajetórias no futebol profissional literalmente no mesmo dia, já que ingressaram juntos em escolinha da modalidade.

"Minha relação com ele é de irmão mesmo. A gente começou a jogar bola no mesmo dia em Guaianases, na quadra de areia, e a gente só não estudou junto porque eu sou um ano mais velho que ele. Mas a gente não se desgrudava quando era pequeno. Assistia Dragon Ball Z junto e o caramba. Chegava da escola, a gente ficava jogando bola no quintal da minha casa, lá da casa da minha mãe, quando a gente era menor", disse Tchê Tchê, ao UOL Esporte.

A relação de proximidade na infância também é exaltada por Evandro, que hoje é padrinho do filho do primo.

"É a primeira vez que a gente vai se enfrentar profissionalmente. Vai de berço. A primeira vez que a gente chutou uma bola, a gente estava junto. Com o tempo, cada um teve que ir para seu lado. Sou padrinho do filho dele, é o irmão homem que eu não tive. Nosso primeiro dia na escolinha de futebol foi junto. Esperava por esse momento", afirmou o jogador do Bragantino, também ao UOL Esporte.

As coincidências não se restringem ao parentesco. Os dois são volantes, os dois começaram o ano como titulares de seus times e os dois jogam com a camisa de número oito. Como ocupam o mesmo setor do campo, Evandro acredita que os primos fatalmente se marcarão durante a partida. Será que um vai aliviar para o outro?

"Eu já estava brincando com ele. Com certeza a gente vai casar no jogo, um vai marcar outro. Já falei, se ele começar a correr toda hora, a primeira coisa vai ser uma chegadinha (risos)", brincou o meio-campista do Bragantino.

Tchê Tchê já teve uma prévia de como vai ser enfrentar o primo logo que chegou ao Palmeiras após se destacar pelo Audax em 2016. Logo em sua primeira semana pelo clube, o jogador realizou jogo-treino contra o Guarani, equipe que o primo defendeu nas três últimas temporadas.

"Acho que é um sonho de nós dois, por várias histórias que a gente tem junto por sempre ter jogado bola junto. Infelizmente no profissional assim, em clube, a gente nunca jogou junto. Mas logo que eu cheguei no Palmeiras, o segundo treino que eu fiz era um jogo-treino contra o Guarani, e na época ele estava lá. A gente jogou contra. Mas jogo oficial, nenhum. Vai ser muito legal essa disputa. Acho que nossas famílias vão ficar muito felizes", confidenciou.

Resenha e inspiração

Evandro toca bola durante jogo do Bragantino contra o Santos - Divulgação/Bragantino - Divulgação/Bragantino
Evandro toca bola durante jogo do Bragantino contra o Santos
Imagem: Divulgação/Bragantino

Apesar de adversários nesta semana, Tchê Tchê e Evandro mantêm a relação de amizade que carregam desde a infância. Além de parceiro, o volante do Palmeiras ainda é inspiração para o primo, que tem contrato com o Bragantino válido somente até o fim do Paulista e se baseia na história do parente para se motivar.

Em 2016, Tchê Tchê começou o ano na mesma situação que Evandro se encontra hoje: batalhando por seu espaço no futebol em um clube de menores proporções. No entanto, a boa campanha e o vice-campeonato com o Audax garantiram a transferência para o Palmeiras, clube em que o jogador se tornou Campeão Brasileiro.

"Ele foi uma motivação, ainda mais para mim. Eu já pensei em parar também. Do jeito que aconteceu, dá esperança. Brilhou a estrela dele, foi vice-campeão por time pequeno e campeão por time grande. Me motivou muito. Acredito que pode acontecer comigo, e ele acredita em mim também", disse Evandro.

Se depender do primo, o volante do Bragantino tem tudo para repetir o mesmo caminho. Tchê Tchê confia no sucesso de Evandro e diz que o parente também é importante em seu crescimento profissional.

"A gente conversa bastante. A gente sempre está se falando depois dos jogos, eu estava assistindo ao jogo dele contra o Santos aqui também. A gente fica conversando, porque o que a gente vê de fora é diferente do que quando está em campo. Então, a gente sempre dá umas dicas um para o outro: ele me manda chutar mais, eu falo para ele chegar mais na área também. A gente vai se ajudando assim. Falo para ele ficar tranquilo que na hora certa as coisas vão acontecer e ele vai conseguir alcançar voos maiores", projetou.

Com Tchê Tchê, o Palmeiras chega para o jogo na liderança do grupo C, com nove pontos em três jogos. O Bragantino é vice-líder do grupo A, com seis.

FICHA TÉCNICA
BRAGANTINO X PALMEIRAS

Local: Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista (SP)
Data: 28 de janeiro de 2018, domingo
Horário: 17h (de Brasília)
Árbitro: Vinicius Gonçalves Dias Araujo
Assistentes: Miguel Cataneo Ribeiro da Costa e Fabio Rogerio Baesteiro

PALMEIRAS: Jailson; Marcos Rocha, Antônio Carlos, Thiago Martins e Victor Luís; Felipe Melo, Tchê Tchê e Lucas Lima; Dudu, Willian e Borja.
Técnico: Roger Machado

BRAGANTINO: Alex Alves; Ewerton, Guilherme Mattis, Lázaro e Fabiano; Adenilson, Evandro e Vitinho; Léo Jaime, Gerley e Matheus Peixoto.
Técnico: Marcelo Veiga