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Após estreia como goleiro, Daniel Alves já atuou em quase todas as posições

Daniel Alves vai para o gol na partida entre Sochaux e PSG, pela Copa da França - AFP PHOTO / PATRICK HERTZOG
Daniel Alves vai para o gol na partida entre Sochaux e PSG, pela Copa da França Imagem: AFP PHOTO / PATRICK HERTZOG

Thiago Rocha

Do UOL, em São Paulo

07/02/2018 04h00

Exaltado no futebol mundial pela versatilidade, Daniel Alves atualizou os conceitos de jogador polivalente ao virar goleiro nos instantes finais da vitória do PSG sobre o Sochaux por 4 a 1, nesta terça-feira, pela Copa da França. Ele foi o escolhido para defender a meta após Kevin Trapp ser expulso, mas não houve tempo para mostrar as suas habilidades com as mãos, já que o adversário chutou na barreira a cobrança de falta que tinha a favor. Em seguida, a partida foi encerrada.

Foi a primeira vez na carreira que Dani Alves, de 34 anos, participou de um jogo oficial como goleiro. A "estreia" fez com que o lateral-direito de origem acumulasse atuações por quase todos os setores do campo como profissional. E com um detalhe: mostrando eficiência em qualquer das posições em que precisou ser escalado por seus treinadores.

A primeira exibição de destaque em outra função ocorreu pela seleção brasileira, na final da Copa América de 2007, contra a Argentina, na Venezuela. No fim do primeiro tempo, Elano se machucou, e o lateral foi a opção do técnico Dunga para atuar como meia armador. Um dos melhores em campo, Daniel Alves fechou o placar na vitória por 3 a 0. Foi a última vez que o Brasil conquistou o título do torneio continental.

Por várias temporadas, Alves teve um concorrente de peso por uma vaga na lateral direita da seleção: Maicon. Para não abrir mão da boa fase do jogador, a solução inicial dos treinadores foi improvisá-lo na lateral esquerda.

Daniel Alves 2009 - Lefty Shivambu/Gallo Images/Getty Images - Lefty Shivambu/Gallo Images/Getty Images
O "lateral-esquerdo" Daniel Alves marca de falta contra a África do Sul, em 2009
Imagem: Lefty Shivambu/Gallo Images/Getty Images

Pelo lado oposto de sua posição de origem, Daniel Alves foi utilizado na Copa das Confederações de 2009, na África do Sul. Com um gol de falta na semifinal, ele garantiu a vitória do Brasil por 1 a 0 sobre a seleção da casa na campanha que terminaria em título, batendo os Estados Unidos na final.

Mas na Copa do Mundo de 2010, também na África do Sul, ele atuou como meia. Inicialmente reserva, e entrando no decorrer das partidas no lugar de Elano, Alves virou titular no meio de campo a partir do empate sem gols com Portugal, pela fase de grupos, até a derrota para a Holanda na semifinal.

Alves também foi zagueiro em situações pontuais pelo Barcelona, sob o comando de Pep Guardiola, quando os titulares da posição, Piqué e Puyol, estavam inativos. O brasileiro formou dupla improvisada com o volante argentino Mascherano.

Explorar o potencial ofensivo de Daniel Alves foi a preferência dos treinadores ao usá-lo fora de posição. Pela Juventus, que adotava um esquema com três zagueiros, o brasileiro atuou como ala nos mata-matas da Liga dos Campeões de 2016-17, sendo decisivo com gol e assistência nas semifinais contra o Monaco.

Na estreia pelo Paris Saint-Germain, em julho de 2017, Dani Alves foi escalado como atacante pela direita pelo técnico Unai Emery. Com gol e assistência no segundo tempo, ele comandou a vitória de virada por 2 a 1 sobre o Monaco, pela Supercopa da França.

Para fazer valer uma famosa metáfora do futebol, a de que polivalente é aquele que "joga nas 11", falta a Daniel Alves atuar como volante, atacante pela esquerda e centroavante. Em alta no Paris Saint-Germain e nome certo na lista de convocados pelo técnico Tite para a Copa do Mundo da Rússia, ainda dá tempo de completar o campo antes da aposentadoria.