Engenheiros responsáveis por mortes em Itaquera farão serviço comunitário
A Justiça condenou dois engenheiros pelo acidente fatal que marcou a construção da Arena Corinthians em novembro de 2013, quando um guindaste caiu e causou a morte de dois operários que trabalhavam na construção do estádio.
Denunciados pelo Ministério Público de São Paulo, os engenheiros são Frederico Marcos de Almeida Horta Barbosa e Marcio Prado Wermelinger, que trabalhavam com a Odebrecht. Foram condenados a um ano, seis meses e 20 dias de regime inicial aberto.
A pena, no entanto, foi convertida em prestação de serviços à comunidade e pagamento de prestação pecuniária no valor de 80 salários mínimos (para Frederico Barbosa) e 50 salários mínimos (para Marcio Wermelinger).
Ambos foram enquadrados nos artigos 256 (pena para desabamento) e 258 (aumento da pena em caso de morte) do Código Penal. Barbosa era o responsável técnico da obra, enquanto Marcio cuidava da empresa terceirizada que operava o guindaste.

As duas vítimas do acidente eram funcionários terceirizados: Fábio Luiz Pereira, de 41 anos, era motorista; o montador Ronaldo Oliveira dos Santos tinha 43. Erguida pelo guindaste, a peça de 420 toneladas que cobriria a arquibancada desabou, destruiu parte da Arena e provocou a morte dos dois.
A torre é projetada para levantar materiais de até 1.500 toneladas, mas a fabricante alegou que o terreno em questão precisa ser plano e ter inclinação máxima de 0,3 grau.
A Odebrecht, empresa responsável pela obra, chegou a apresentar um estudo de 500 páginas no qual afirma que a queda não foi causada por instabilidade do solo. Outros quatro funcionários foram absolvidos: José Walter Joaquim, Leanderson Breder Dias, Valentim Valaretto e Gilson Guardia. A promotoria promete recorrer.
A Construtora Norberto Odebrecht ratifica que diversos Laudos Técnicos elaborados por renomados especialistas afastam qualquer responsabilidade de seus integrantes nas causas do acidente em questão.
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