Após críticas, Corinthians avalia extracampo e não confirma Juninho
Anunciado nesta terça-feira pelo Sport como reforço do time sub-20 do Corinthians, o atacante Juninho pode não mais se transferir. Em nota oficial divulgada nesta quarta-feira, o clube paulista afirmou que irá aguardar definições do próprio jogador "relativas ao seu comportamento extracampo". O UOL Esporte apurou que o time também exige uma cláusula para rescindir um futuro contrato, caso o atleta tenha problemas disciplinares fora dos gramados.
Aos 19 anos, o jogador tem um histórico de problemas disciplinares dentro e fora de campo. Em outubro de 2017, o jogador foi detido e indiciado por agredir uma ex-namorada. O caso causou grande repercussão e gerou reações negativas da torcida do Corinthians mediante o anúncio da contratação.
Em repúdio ao histórico extracampo do jogador, a torcida do Corinthians divulgou nas redes sociais a hashtag #JuninhoNoCorinthiansNão. Segundo apurou o UOL Esporte, a imposição da cláusula é uma forma de proteção ao clube e a diretoria já estudava tal medida antes mesmo das manifestações dos torcedores.
Porém, internamente, a diretoria avalia que o jogador tem bastante potencial, é jovem e merece uma segunda chance, apesar dos problemas extracampo. Juninho, inclusive, já participou de uma reunião nessa terça-feira com a diretoria corintiana para discutir o assunto.
Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, o clube evitou confirmar a contratação. "O Sport Club Corinthians Paulista informa que irá se posicionar sobre a eventual vinda de Juninho, atleta do Sport que atuava pelo Ceará, tão logo seja definida sua contratação ou não pelo Centro de Formação de Atletas (Base). No momento, o clube aguarda algumas definições do atleta sobre exigências feitas pela agremiação relativas ao seu comportamento extracampo", diz o comunicado.
Originalmente, o jogador - que pertence ao Sport e atua no Ceará - chegaria por empréstimo ao time sub-20 do Corinthians, com opção de compra no final de 2019. O acerto foi originalmente divulgado pelo clube pernambucano, uma vez que o Corinthians ainda não se posicionou oficialmente e nem assinou contrato. No entanto, o acordo ainda depende de um destrato do jogador com o Ceará para evoluir.
Diretor de marketing cobra "respeito às normas" do Corinthians
Responsável pelo marketing do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg afirmou que a contratação de Juninho não tem relação com o departamento dele. Apesar disso, o dirigente afirmou que o atacante terá de se submeter a normas caso seja contratado.
"Corinthians tem regras rígidas às causas que abraça. Uma das mais fortes que a gente tem é contra toda forma de discriminação. O 'Respeita as Minas' (campanha contra o machismo) foi um sucesso muito grande, assim como outras causas também. Essas causas não são tangenciais, é foco principal do que fazemos fora de campo", explicou ao "FOX Sports".
O anúncio do Sport que liberou Juninho para o Corinthians foi feito horas após o clube paulista lançar uma campanha, orientando sua torcida a denunciar casos de violência contra a mulher. Já a campanha "Respeita as Minas" foi lançada em março deste ano, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O movimento não pedia apenas o fim da violência contra a mulher, mas reiterava a importância de respeitar o espaço de torcedoras e jogadoras.
A equipe alvinegra chegou a jogar com o nome da campanha estampado na camisa, no espaço destinado aos patrocinadores máster. Na ocasião, os atletas também gravaram um vídeo em apoio à campanha.
Rosenberg afirmou que o jogador terá que se manifestar sobre o caso de agressão caso seja contratado pelo Corinthians. "Se vier, o jogador vai ter que se submeter a essas normas, ter um comportamento exemplar dentro e fora de campo. Se teve desvios de passado, ele tem que se manifestar de alguma forma, de que o que ele está buscando é uma segunda chance, uma oportunidade de passar a servir aos ideais do clube. O que fica claro que jamais o Corinthians tangenciará a esse compromisso da nação corintiana com a defesa da mulher, das crianças doentes, da raça negra. Qualquer forma de agressão a grupos sociais vai ter no Corinthians sua linha de frente (de combate)", continuou.
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