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Conheça o Huesca, nanico bom e barato que fará estreia na elite espanhola

Vice-campeão da segunda divisão, clube vem de cidade de 50 mil habitantes - SD Huesca/Divulgação
Vice-campeão da segunda divisão, clube vem de cidade de 50 mil habitantes Imagem: SD Huesca/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

17/08/2018 04h00

Talvez você não conheça a Sociedad Deportiva Huesca, mas provavelmente vai vê-la na TV ao longo dos próximos meses jogando contra Real Madrid, Barcelona e Atlético de Madri.

Fundado em 1960, o clube da comunidade de Aragão disputará pela primeira vez em sua história a primeira divisão do Campeonato Espanhol. E o feito é especial para uma equipe de uma cidade de 50 mil habitantes, que estava na quarta divisão da Espanha há 15 anos e que tinha um dos menores aportes financeiros entre os 22 times da segunda divisão na temporada 2017/2018.

“Era o quarto orçamento mais baixo da segunda divisão”, disse José Antonio Martín, conselheiro do clube, em matéria publicada pelo jornal El Confidencial em 22 de maio. Na ocasião, segundo ele, o elenco custo menos de 8 milhões de euros (cerca de R$ 34,5 milhões) ao longo de toda a temporada 2017/2018.

O acesso inédito é parte de uma política rígida do clube na austeridade. Ex-jogador do próprio Huesca, Agustín Lasaosa assumiu a presidência do clube em 2007 com a missão de melhorar os desempenhos financeiro e esportivo.

Tarefa árdua, mas cumprida. “Se temos 5 euros, não gastamos 6”, explicou Lasaosa também ao jornal El Confidencial. Já na temporada 2007/2008, o clube conquistou o inédito acesso à segunda divisão nacional. Foram cinco anos em busca da elite, antes de duas temporadas (2013/2014 e 2014/2015) de volta à terceira divisão. Promovido novamente, buscou o acesso à elite, e conseguiu na temporada 2017/2018 com um vice-campeonato – o time somou 75 pontos, um a menos que o campeão Rayo Vallecano.

O engenheiro do Huesca

Dois nomes tiveram grande destaque na ascensão do Huesca. O primeiro foi Emilio Vega, diretor esportivo contratado em fevereiro de 2017 para buscar um salto de qualidade. E mesmo com poucos recursos, conseguiu o vice-campeonato.

“Sempre tentei (...) ter o máximo possível de scouts. Cinco ou seis colaboradores. Quanto menos dinheiro você tem, mais futebol precisa ver. Uma boa equipe na segunda divisão pode funcionar bem na primeira”, disse, em entrevista no mês de junho ao jornal Marca.

Emilio Vega (à esquerda) é o diretor responsável pela estruturação do Huesca - SD Huesca/Divulgação - SD Huesca/Divulgação
Emilio Vega (à esquerda) é o diretor responsável pela estruturação do Huesca
Imagem: SD Huesca/Divulgação

O outro foi justamente uma das apostas de Vega: Joan Frances Ferrer, o Rubi, técnico contratado em junho de 2017. Com passagens por clubes como Girona, Valladolid, Levante e Sporting Gijón, o treinador foi contratado pelo Espanyol em junho, logo que terminou a segunda divisão. Em seu lugar, estreará o argentino Leo Franco, ex-goleiro com passagem de destaque por Mallorca e Atlético de Madri.

O time agora tenta montar um elenco competitivo. Da última temporada, ficaram o meia Gonzalo Melero e o atacante Cucho Hernández, autores respectivamente de 17 e 16 gols. O primeiro foi revelado nas categorias de base do Real Madrid, enquanto o segundo pertence ao Watford e atua por empréstimo. O lateral esquerdo Luisinho (ex-La Coruña), o lateral direito Jorge Miramón (revelado pelo Zaragoza) e o zagueiro/volante Rúben Semedo (emprestado por Villarreal após acusações de agressão e sequestro) estão entre os reforços.