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Fla faz um gol a cada 86 cruzamentos e sofre com insistência em fórmula

O jogo contra o Corinthians foi o retrato do sofrimento do Flamengo com os chuveirinhos - Thiago Ribeiro/AGIF
O jogo contra o Corinthians foi o retrato do sofrimento do Flamengo com os chuveirinhos Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

20/09/2018 04h00

A falta de alternativas no time do Flamengo é flagrante e compromete a reta final de uma temporada na qual ainda se sonha com um título de expressão. A equipe insiste nos cruzamentos na área como uma forma de furar o bloqueio dos adversários. O problema é que a fórmula não tem funcionado. De acordo com levantamento do Footstats, os cariocas fazem apenas um gol a cada 86 bolas alçadas na área.

É pouco para quem conta com um dos elencos mais caros do país e investiu diante da expectativa de ser protagonista em 2018. O Flamengo se tornou refém de um esquema no qual faltam ultrapassagens dos laterais, triangulações e jogadas individuais. Com a dificuldade de entrar na área, sobra apenas a opção de cruzar ou apostar nas bolas paradas.

Lance da partida entre Flamengo e Cruzeiro, pelas oitavas de final da Copa Libertadores - REUTERS/Pilar Olivares - REUTERS/Pilar Olivares
Os cruzamentos e as bolas paradas não têm funcionado no Fla de Maurício Barbieri
Imagem: REUTERS/Pilar Olivares
O problema é que na maioria das vezes as defesas adversárias contam com um número maior de jogadores na área. Desta forma, levam vantagem na disputa contra os atacantes rubro-negros, que também não vivem um bom momento técnico.

O cenário é desfavorável. Apostar na alternativa se mostra um erro, pois é tradicionalmente necessário que algumas tentativas sejam realizadas para que se faça um gol. Só que apenas outras seis equipes erram mais do que o Flamengo no Brasileirão. O time de Maurício Barbieri é o 14º no fundamento.

Líder deste ranking, o Atlético-PR é bem mais efetivo do que os cariocas - faz um gol a cada 43 cruzamentos. Mesmo assim, fica claro que bolas alçadas na área são jogadas de exceção e não devem nortear a condução da equipe dentro de uma partida.

O pior exemplo recente do Flamengo foi no jogo contra o Corinthians, válido pela semifinal da Copa do Brasil. Na ocasião, o time cruzou 49 bolas e jamais levou perigo real ao gol defendido por Cássio, já que 37 tentativas foram equivocadas.

A verdade é que o Rubro-negro até tenta jogar por baixo e criar jogadas. O momento, no entanto, é de extrema pressão e colabora para que seguidas alternativas sejam precipitadas. Só que não se pode mais errar. Insistir nos cruzamentos pode comprometer qualquer chance do Flamengo ainda em 2018.