Caso Daniel: advogado diz que "gêmeos estavam no lugar e hora errados"
Depois de Edison Brittes Júnior, o Juninho, que assumiu a autoria do assassinato do jogador Daniel Corrêa, declarar em depoimento que tentou proteger mais envolvidos nas agressões ao atleta na noite do crime, o advogado dos irmãos citados por Juninho afirmou que essa “é uma tentativa desesperada de ele fazer sua defesa” e que os seus clientes estavam “no lugar errado e na hora errada”.
Os irmãos gêmeos são testemunhas do caso e falaram à polícia nos últimos dias. Os depoimentos foram dados em sigilo e por isso os nomes não podem ser revelados por enquanto. Eles são filhos de um casal de políticos de São José dos Pinhais (PR).
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“Essa é mais uma versão dele, a terceira versão, que se contradiz com as outras duas. É uma tentativa desesperada de fazer a defesa dele”, afirmou Ricardo Dewes, advogado das testemunhas acusadas por Edison, ao UOL Esporte.
Segundo o depoimento de Edison, um dos irmãos também agrediu Daniel na casa da família após o marido supostamente ter presenciado Daniel tentando estuprar sua mulher Cristiana Brittes. O pai de Allana Brites, que está presa, não soube dizer qual deles é o agressor por “serem gêmeos”. O outro irmão não teria participado da agressão, segundo o acusado.
Em breve contato com o UOL por mensagem a mãe dos garotos falou. “Só tenho a dizer que meus filhos são inocentes e Deus mostrará toda a verdade”, escreveu à reportagem.
O advogado das testemunhas disse que os seus clientes não conheciam a família Brittes antes da noite da festa de aniversário de 18 anos de Allana, comemorado na boate Shed. E que eles seguiram para o “after party” na casa dos pais da jovem, Edison e Cristiana Brittes.
“Os irmãos não conheciam os Brittes. Eles viram os Brittes uma vez na Shed, mas não eram conhecidos. Eles tiveram a infeliz ideia de ir nessa ‘after party’ (na casa da família Brittes). Estavam na hora errada, com as pessoas erradas e no local errado”, afirmou.
Ricardo Dews reafirmou o que todas as testemunhas falaram em depoimento à Polícia Civil: que eles foram ameaçados por Edison Brittes. Brittes chamou testemunhas da sessão de violência na casa dele para alinhar o que diriam à polícia. O encontro aconteceu em um shopping.
“Eles foram chamados no shopping e foram ameaçados de forma clara. Disseram a eles que se um deles quebrasse aquele elo, aquela versão montada, eles ficariam sabendo quem foi. O resto se presume. Uma pessoa que mata a outra pessoa quase na sua frente de pancada fala para ele ‘se eu souber que foi você’, não precisa falar mais nada”, disse o advogado.
“Eles estão desesperados, em pânico. Eles só vivenciaram isso, presenciaram as cenas de horror. São vítimas. São tão vítimas quanto o Daniel, porque hoje estão ameaçados, temem pela vida deles por terem falado a verdade no depoimento deles. E ainda tem o indiciado dando vários depoimentos contra eles no interrogatório”, comentou o advogado dos irmãos.
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