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Delegado: Juninho mandou suspeitos entrarem em carro antes de matar Daniel

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Imagem: Reprodução

Bruno Abdala e Karla Torralba

Do UOL, em São José dos Pinhais (PR) e São Paulo

09/11/2018 17h24Atualizada em 09/11/2018 18h48

O delegado da Polícia Civil de São José dos Pinhais (PR), Amadeu Trevisan, afirmou na tarde desta sexta (09) que os amigos Igor Kyng e David Willian Vollero da Silva, presos suspeitos de participação no assassinato do jogador Daniel Corrêa, foram mandados entrar no Veloster preto de Edison Brittes Júnior, o Juninho, antes de o jogador ser morto.

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Trevisan confirmou que estavam no carro Edison Brittes, Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, Igor Kyng e David Willian Vollero da Silva. Ainda em sua casa, Juninho colocou Daniel no porta-malas do veículo após uma sessão de espancamento e seguiu com os outros suspeitos até o local onde o jogador foi morto.

    "O Edison praticamente intima quem vai no carro com ele”, disse o delegado ao ser questionado se Igor e David entraram no carro do suspeito por vontade própria. Segundo Trevisan, Igor e David contaram em depoimento nesta sexta que Juninho escolheu quem seguiria no veículo com ele.

    Apenas Edison e Eduardo teriam descido do veículo no local da execução. O crime aconteceu do lado de trás do Veloster preto. “Os dois (Igor de David) não desceram do carro. Quem teria descido do carro seria o Eduardo, primo da Cristiana. Ele tirou o Daniel do porta-malas juntamente com o Edison. Pelo depoimento do Igor e David”, explicou.

    Amadeu Trevisan disse que os amigos afirmam não terem visto o que aconteceu no momento em que Daniel é morto. “Os outros (Igor e David) dizem que não observam (o que houve quando Daniel é tirado do veículo). Tudo acontece atrás do carro. Eles alegam que ficaram com medo, porque o Edison disse que se vissem algo, teriam o mesmo fim. Com certeza Daniel estava vivo nessa hora, eles ouviram alguns murmúrios e depois ouviram um som que saiu como se tivesse sido estrangulado”, contou Trevisan.

    Juninho trocou de roupa após crime

    O delegado da Polícia Civil também disse que após o assassinato a roupa de Edison ficou coberta de sangue e que ele deu dinheiro a David para comprar novas vestimentas ao suspeito. As roupas sujas, segundo Igor e David, foram descartadas em um riacho juntamente com a arma do crime: uma faca de churrasco de aproximadamente 30 cm.

    “Quando Edison mata, as mãos e roupas ficam sujas de sangue. Ele para em uma determinada loja e dá dinheiro para o David comprar roupas novas e dispensa as roupas sujas juntamente com a faca em um riacho”, disse Trevisan.

    Advogados dizem que Igor e David foram coagidos

    Mais de seis horas depois de depoimentos de Igor Kyng e David Willian Vollero da Silva, os advogados dos amigos apontados como suspeitos do crime, afirmou que seus clientes foram "coagidos por Edison Brittes Júnior a todo momento". 

     “Eles se sentiram coagidos a todo momento”, disseram os advogados dos dois Robson Domacoski e Allan Smaniotto. “Afirmam que no momento inicial na residência eles participaram da agressão em certos momentos, depois passaram a separar para que a agressão não continuasse, entraram no carro, mas no local da execução os dois não saíram do carro”, explicaram.

    “O resultado morte eles não participaram. Em dado momento pediram para parar (com o espancamento), quando viram que Daniel já estava sem esboçar reação, insistiram que parassem a agressão”, ressaltou.

    Último suspeito deve depor na próxima semana

    Eduardo Henrique Ribeiro da Silva foi preso em Foz do Iguaçu-PR e chegou a São José dos Pinhais (PR) nesta sexta. O primo de Cristiana Brittes será ouvido pela polícia no começo da próxima semana. Outras testemunhas também serão ouvidas. Entre elas, a mulher de Eduardo.

    Amadeu Trevisan também ressaltou que Cristiana Brittes, Allana Brittes, Edison Brittes Júnior, Igor Kyng, David Willian Vollero da Silva e Eduardo Ribeiro da Silva serão indiciados por homicídio qualificado.