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Caso Daniel: Polícia pede prisão de gêmeo suspeito de envolvimento no crime

Marcello Zambrana/AGIF
Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Adriano Wilkson, Bruno Abdala e Karla Torralba

Do UOL, em São Paulo e São José dos Pinhais (PR)

14/11/2018 19h00

A Polícia Civil do Paraná pediu nesta quarta-feira (14) a prisão de Eduardo Purkote, de 18 anos, um dos convidados que esteve na casa da família Brittes no “after party” antes de Daniel Corrêa ser morto. Eduardo estava na festa junto com seu irmão gêmeo. Segundo testemunhas e outros suspeitos já presos, ele teria participado das agressões ao jogador momentos antes de Edison Brittes Júnior levar o atleta em seu Veloster preto. A informação foi confirmada pelo delegado Amadeu Trevisan, que comanda as investigações.

O UOL Esporte já havia adiantado na semana passada que, em seu depoimento, Juninho Brittes afirmou que mentiu para proteger os convidados da festa, inclusive os gêmeos, que são filhos de um casal de políticos locais

O delegado aguarda agora que o mandado de prisão contra o adolescente seja expedido pela Justiça. Eduardo Purkote é o sétimo suspeito de ter participado da morte de Daniel. Edison Brittes Júnior, que assumiu a autoria do crime; Cristiana Brittes, Allana Brittes, David Vollero, Ygor King, Eduardo da Silva estão presos.

Ricardo Dewes, advogado dos gêmeos, esteve na delegacia de Polícia Civil e afirmou novamente que "eles estavam no lugar errado e na hora errada". Na noite de quarta, o advogado afirmou que "caso seja expedido mandado de prisão ele será apresentado imediatamente na delegacia. Ele está cooperando com as investigações e está falando a verdade". 

Uma testemunha afirmou em depoimento à Polícia Civil que Eduardo Purkote foi quem entregou a faca do crime a Juninho, antes de Daniel ser levado no carro para o local onde foi morto. A testemunha também relatou que um dos gêmeos agrediu a vítima, enquanto o outro tentava contê-lo. O gêmeo que participou da agressão foi quem teria achado e destruído o celular do jogador após o crime.

Em contato mais cedo com a reportagem do UOL Esporte, Ricardo Dewes comentou o depoimento. “É mentira que ele foi pegar faca, celular. Os depoimentos são contraditórios. Os próprios suspeitos falam que o Edison pegou a faca. Eles [suspeitos] falam que viram o celular do Daniel no carro”, disse Ricardo Dewes.

O advogado dos irmãos ressaltou que seus clientes estão "à disposição da Justiça". "Estou à disposição e foi esclarecido que eles estão à disposição da Justiça".

“É uma contradição grande. Dá para perceber que estão mentindo. Foi falado que quem quebrasse o elo eles saberiam. Isso não era só ameaça quanto a vida deles como também de incluir eles no processo. É uma forma de vingança por quebrarem o elo e falarem a verdade”, completou o advogado.