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São Paulo muda discurso dos últimos anos e promete mais força no mercado

André Jardine e Raí comandam a escolha de reforços do Tricolor para 2019 - Angelo Martins / saopaulofc.net
André Jardine e Raí comandam a escolha de reforços do Tricolor para 2019 Imagem: Angelo Martins / saopaulofc.net

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo

09/12/2018 04h00

"Negócios de oportunidade". "Não temos como fazer loucuras". "Entender nossa realidade". "Não temos pressa". Essas foram frases comuns entre dirigentes do São Paulo nos últimos anos, marcados por fracassos esportivos. Para 2019, no entanto, o clube parece ter deixado para trás esse tipo de discurso e agora admite que terá mais força e velocidade na hora de buscar reforços.

Dois fatores contribuem para que essa mudança ocorra no Tricolor: a falha por não conseguir uma vaga direta na fase de grupos da Copa Libertadores da América e a manutenção de uma diretoria de futebol pela primeira vez desde o fim de 2014.

A primeira fará com que o time tenha jogos decisivos um mês após a reapresentação para a pré-temporada, exigindo mais rapidez e eficiência para identificar e contratar novos atletas. A segunda ajuda a evitar desperdícios que a troca de dirigentes - e, consequentemente, de ideias - já provocou.

Raí, por exemplo, iniciou seu trabalho como diretor-executivo em meados de dezembro do ano passado, quando o antecessor Vinicius Pinotti já havia começado a falar com atletas como Diego Souza e Jean. Foi preciso retomar as tratativas no meio do caminho e ainda mudar o foco de outros negócios. Entre o último semestre de 2016 e abril de 2017, o poder do departamento de futebol rodou nas mãos de quatro cartolas diferentes no Tricolor. Cada um com seus princípios e planos.

Agora, há uma teórica continuidade, já que Raí segue no comando. Isso tende a diminuir as chances de dispensar indiscriminadas e a fornecer material suficiente para entender quais posições precisam ser reforçadas. A zaga, por exemplo, não deve receber aportes. As laterais já foram municiadas. O foco está no meio de campo e no ataque.

E há a consciência de que será preciso investir mais pesado para aumentar o nível de competitividade da equipe. Apesar da frustração pelo fim do Campeonato Brasileiro longe da taça e fora até do G4, após período na liderança do torneio, Raí crê que montou uma boa e confiável base. Mas que agora necessita de peças que possam fazer ainda mais diferença, sem ficar esperando oportunidades de mercado surgirem. E sim criá-las, competindo com rivais por boas contratações.