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Representante de oferta bilionária ao Palmeiras chama Galiotte de patético

Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação
Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação

Danilo Lavieri e Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

16/12/2018 19h22

O empresário Rubnei Quícoli, representante da empresa Blackstar, que oferece um patrocínio de pelo menos R$ 1 bilhão ao Palmeiras por um acordo de dez anos, divulgou carta aberta neste domingo (16) mostrando revolta com a postura do presidente alviverde, Maurício Galiotte, chamado por ele de "patético".

Segundo Quícoli, que já tentou comprar o Allianz Parque durante a gestão Paulo Nobre, Galiotte "usou de seu cargo no clube" para "soltar informações que estão manchando a integridade da empresa". Ele ainda acusa o presidente, reeleito para o cargo até 2021, de preferir o patrocínio da Crefisa, empresa de Leila Pereira, conselheira e aliada política de Galiotte, por uma opção "parcial e de interesses".

O texto ainda cita o processo em que José Roberto Lamacchia, marido de Leila e também dono da Crefisa, é acusado de fraude no processo de formação da FAM (Faculdade das Américas), outra patrocinadora do Palmeiras. O caso corre na Justiça.

Quícoli ficou bastante irritado com as exigências feitas pelo Palmeiras para que ele esclarecesse uma série de questões sobre a Blackstar, empresa com sede em Hong Kong e sem registro no mercado brasileiro. Após reunião, o clube enviou um questionário de perguntas sobre a companhia, com indagações sobre o organograma e as origens da empresa, mas o representante não respondeu.

A proposta da Blackstar foi levada por Quícoli inicialmente ao ex-presidente Paulo Nobre e depois a Genaro Marino, ex-vice do Palmeiras e opositor de Galiotte, que perdeu para o atual presidente nas eleições do clube em novembro. A oposição palmeirense tornou a proposta pública um dia antes do pleito e, depois, fez pressão para que a diretoria eleita analisasse a oferta. O clube, porém, deve renovar com a Crefisa por três anos, cujo patrocínio rende pelo menos R$ 78 milhões por ano nos termos atuais.

O UOL Esporte entrou em contato com o Palmeiras para obter o posicionamento do clube sobre as declarações de Quícoli e aguarda uma resposta.

Confira na íntegra a carta aberta de Rubnei Quícoli:

"Foi apresentado juntamente com a CARTA de INTENÇÃO a GARANTIA BANCÁRIA proveniente do HSBC HK.

A origem DOS RECURSOS quem tem que se preocupar são os órgãos controladores; BCB, COAF e outros se acaso forem acionados por esses.

O PATÉTICO presidente do Palmeiras é covarde por usar de seu cargo no clube que sou torcedor e amo, soltar informações que estão manchando a integridade da empresa e mostra nitidamente despreparo e totalmente duvidoso sua conduta em não querer reconhecer publicamente aos palmeirenses que sua opção ao atual patrocinador é parcial e de interesses.

Cabe lembrar aos palmeirenses que a FAM (faculdade das Américas) foi adquirida de forma ILÍCITA e o processo é público para todos saberem que podem ter problemas com esse patrocinador.

Não sou eu que estou denunciando e sim o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Cabe aos conselheiros deliberativos analisar o conteúdo do processo, pois há poucos dias os embargos apresentados foram indeferidos.

Vale ressaltar que o presidente reeleito em nenhum momento entrou em contato comigo e mais, o Palmeiras não notificou a BS sobre o interesse do patrocínio.

Cabe o COF analisar e jamais um patético dizer aos jornais "que vou fechar com a Crefisa e ponto final".

É importante esclarecer que estou defendendo a integridade da empresa que pela boca deste patético presidente levantou dúvidas dos recursos dos recursos do qual não entendi os motivos dele querer desqualificar uma empresa que está disposta a investir no clube que neste momento ele representa e tem dia de validade sua gestão... e sabemos que é um limitado".