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Diretor do PSG irrita Tuchel e brasileiros e convive com sombra de Wenger

Antero Henrique (à esq.) conversa com Nasser Al-Khelaifi, presidente do PSG, e Maxwell - FRANCK FIFE/AFP
Antero Henrique (à esq.) conversa com Nasser Al-Khelaifi, presidente do PSG, e Maxwell Imagem: FRANCK FIFE/AFP

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris

08/02/2019 04h00

Na mesa do diretor de futebol do Paris Saint-Germain, o português Antero Henrique, estavam vários nomes de brasileiros: Alex Sandro, Filipe Luís, Fernando, Allan, William, Coutinho. As conversas não resultaram em contratações como desejavam Neymar, Marquinhos, Daniel Alves e Thiago Silva. O cenário para o dirigente ainda foi piorado com o afastamento do volante francês Rabiot e a chateação do treinador Thomas Tuchel ao ver o pedido por novos jogadores não ser atendido. No PSG, Antero tem os dias contados e já convive com a sombra do treinador Arsène Wenger para o cargo de dirigente.

O UOL Esporte já ouviu relatos de irritação com Antero Henrique por parte dos brasileiros do clube. Às vésperas do início da fase de mata mata da Liga dos Campeões, dia 12 de fevereiro diante do Manchester United, chegar com Marquinhos e Daniel Alves improvisados no meio-campo é o argumento principal contra o dirigente considerado sem poder de mercado. Na janela de transferências do inverno europeu encerrada na última semana, somente o meia argentino, Leandro Paredes, foi contratado.

Mesmo com elenco reduzido, Tuchel acatou a ordem de Antero Henrique de afastamento de Rabiot. O cenário também irritou o treinador alemão e o deixou sem opções para o meio-campo após a lesão no tornozelo de Verratti no início do ano. No remendado PSG, Antero Henrique é colocado como o culpado por parte da imprensa francesa.

"A imprensa fala muito sobre minha relação com o Antero (Henrique), mas esse não é o momento de expor essas coisas. Todo mundo sabe o que eu desejo para minha equipe e que o mercado de inverno é super difícil de contratar. Eu tenho minha opinião, e ele tem a dele. É uma coisa delicada", disse Tuchel, sem se preocupar em defender o dirigente de críticas na França.

A vinda de Wenger é especulada no PSG justamente por conta do respeito no mercado. A crença é de que com mais de 20 anos de comando no Arsenal, e alta fama, será mais fácil dialogar com empresários e seduzir jogadores com o projeto do PSG. A naturalidade francesa também fortalece o apelo público em um momento que o clube parisiense está tomado de estrangeiros na direção - presidente Nasser Al-Khelaïfi é catari, enquanto o outro diretor esportivo é o brasileiro Maxwell -.

As críticas ao trabalho de Antero Henrique já são antigas. No mercado de verão, com contratações apenas do zagueiro Kherer, do lateral esquerdo Bernat e do atacante Choupo-Moting, a avaliação da imprensa francesa é de que o trabalho foi insatisfatório. Aqui, vale ressaltar que o PSG sofre com ameaças de punição da UEFA por conta do Fair Play Financeiro desde que Neymar e Mbappé foram contratados.

Antero Henrique está há dois anos no PSG. Ele é um dos articuladores da vinda de Neymar ao clube. No histórico como dirigente, o bom trabalho realizado no Porto o deixou prestigiado no mercado europeu. Por lá, foi o mentor das contratações de Hulk, Falcão Garcia e James Rodriguez. Os três jogadores representam as maiores vendas da história do clube português.