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Punido por 'torcida humana', Athletico contesta TJD por beneficiar Coritiba

"Torcida humana" na Arena da Baixada no último Atletiba ainda gera polêmica - Divulgação/Athletico
'Torcida humana' na Arena da Baixada no último Atletiba ainda gera polêmica Imagem: Divulgação/Athletico

Do UOL, em Santos (SP)

18/03/2019 16h02

O Athletico Paranaense não gostou nada das últimas decisões do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR). Punido pela 'torcida humana' no Atletiba com uma multa em dinheiro (R$ 100 mil) e a suspensão de seu presidente, Luiz Sallim Emed, por quase um ano, o clube rubro-negro ainda contesta a absolvição do arquirrival Coritiba em julgamentos realizados na semana passada.

Hoje, o Athletico soltou uma nota oficial sugerindo parcialidade nas decisões do tribunal, que isentou o Coritiba de culpa em quatro julgamentos relacionados ao polêmico Atletiba disputado no dia 30 de janeiro deste ano - um deles relacionado ao presidente Samir Namur por ofensas a Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Athletico.

O clube rubro-negro, por exemplo, contestou os uniformes usados pelo Coritiba com os dizeres "torcida humana: mais uma falácia" e "torcida humana: ideia pathetica", dando assim "publicidade a frases com o intuito de desmerecer seu adversário, ofendendo a moral e os bons costumes".

Outra queixa do Athletico diz respeito ao Coritiba incitar publicamente o ódio e a violência por "destacar, antes da partida, em seu perfil oficial do Twitter, imagem com a frase 'torcida humana: ideia pathetica' e emitir nota oficial afirmando que 'o sangue estará nas mãos do CAP e do TJD-PR'. Além disso, o clube rubro-negro questionou o fato de o rival ter "colocado à venda os uniformes utilizados no clássico com dizeres ofensivos".

Diante da absolvição do rival em todas as acusações, o Athletico soltou uma nota em seu site oficial questionando as decisões do TJD-PR: "Na semana anterior, este mesmo Tribunal (1ª Comissão Disciplinar) absolveu o Coritiba Foot Ball Club e o seu presidente das condutas antidesportivas de incitação ao ódio, ofensa à honra por fato relacionado ao desporto e descumprimento de regulamento quanto à veiculação de publicidade, o que foi praticado por ocasião da mesma partida Athletiba. Mais estranho é que a Procuradoria do TJD-PR, neste caso, sequer apresentou recurso. Alguém viu alguma repercussão a este respeito?"

"O Athletico não admite ser prejudicado desta maneira e exige que os membros do TJD-PR atuem com independência, de maneira impessoal, sem paixões clubísticas e em conformidade com o seu fundamento constitucional. É por isto que o Athletico, mais uma vez, vem a público manifestar o seu inconformismo e dar conhecimento aos torcedores athleticanos das injustiças havidas", acrescenta.

Vale lembrar que, na semana passada, o Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD) manteve a suspensão de 360 dias para Luiz Sallim Emed por conta da 'torcida humana' implementada no clássico e determinou a redução da multa aplicada ao clube rubro-negro - de R$ 200 mil para R$ 100 mil. O Athletico já adiantou que irá recorrer ao STJD.

"O Athletico irá recorrer desta decisão proferida pelo Pleno do TJD-PR para o STJD, mas vem novamente perante os seus torcedores lamentar a forma que as questões referentes ao futebol paranaense estão sendo tratadas pelo nosso Tribunal de Justiça Desportiva", diz o clube.

LEIA A NOTA COMPLETA DO ATHLETICO:

Em razão da definição pelo Athletico da manutenção do projeto da "torcida humana" e não disponibilização de setor segregado para torcida visitante, no final do mês de fevereiro a 1ª Comissão Disciplinar do TJD-PR aplicou, por maioria, pena de 200 mil reais contra o Athletico e 360 dias de suspensão ao presidente Sallim.

Após recurso do Athletico e da Procuradoria do TJD-PR, os membros do Pleno do Órgão (Dr. Luciano Costenaro, Dr. Cesar Gradela, Dr. Daniel Andreatta, Dr. Valdomiro Neto, Dr. Rafael Melo e o Dr. Adelson Batista) decidiram, por maioria, em aplicar pena de multa de 100 mil reais para o CAP, considerando-se descumprida uma única conduta e, ainda, manter a pena de 360 dias de suspensão ao presidente Sallim.

Neste contexto, chama atenção o voto proferido pelo Dr. Adelson Batista, que rejeitou todas as preliminares e deu provimento integral ao recurso da Procuradoria para, entendendo que houve o descumprimento de quatro condutas, majorar a multa para 400 mil reais.

Em relação ao presidente Sallim, manteve a pena de 360 dias de suspensão, aplicando, entretanto, multa de 100 mil reais para cada conduta, totalizando 400 mil reais. Não bastasse essa situação, o Dr. Adelson votou para que fosse aplicada a mesma punição ao Athletico e ao presidente Sallim nos Autos nº 17/2019, que discute a mesma matéria e foi extinto para que não houvesse uma dupla punição pelo mesmo fato, de acordo com o entendimento dos demais auditores que compunham o julgamento. Ou seja, absurdamente o Dr. Adelson queria punir o Athletico em uma multa de 800 mil reais e o presidente Sallim em uma pena de suspensão de 720 dias e multa de 800 mil reais. Uma aberração.

O Athletico irá recorrer desta decisão proferida pelo Pleno do TJD-PR para o STJD, mas vem novamente perante os seus torcedores lamentar a forma que as questões referentes ao futebol paranaense estão sendo tratadas pelo nosso Tribunal de Justiça Desportiva.

Na semana anterior, este mesmo Tribunal (1ª Comissão Disciplinar) absolveu o Coritiba Foot Ball Club e o seu presidente das condutas antidesportivas de incitação ao ódio, ofensa à honra por fato relacionado ao desporto e descumprimento de regulamento quanto à veiculação de publicidade, o que foi praticado por ocasião da mesma partida Athletiba. Mais estranho é que a Procuradoria do TJD-PR, neste caso, sequer apresentou recurso. Alguém viu alguma repercussão a este respeito?

O Athletico não admite ser prejudicado desta maneira e exige que os membros do TJD-PR atuem com independência, de maneira impessoal, sem paixões clubísticas e em conformidade com o seu fundamento constitucional. É por isto que o Athletico, mais uma vez, vem a público manifestar o seu inconformismo e dar conhecimento aos torcedores athleticanos das injustiças havidas.