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Copa do Mundo Feminina - 2019

Lesões minaram Brasil na Copa desde antes da convocação até minutos finais

Do UOL, em São Paulo

24/06/2019 04h00

A trajetória fracassada da seleção brasileira feminina rumo ao título da Copa do Mundo de 2019 foi marcada por lesões desde antes da convocação do técnico Vadão até os 30 minutos finais da equipe no torneio. Com possível lesão na coxa esquerda, Cristiane fechou uma lista de agora nove desfalques por problemas médicos.

Os problemas do Brasil começaram antes mesmo da divulgação da lista final de jogadoras convocadas. As zagueiras Bruna Benites, do São José, e Rafaelle, do Changchun Yatai (CHN), não se recuperaram a tempo de cirurgias realizadas ainda ano passado nos joelhos. Não fosse isso, certamente seriam chamadas por Vadão e, possivelmente, escaladas como titulares.

No mesmo dia em que a lista de convocadas foi anunciada por Vadão e CBF, foi a vez de a atacante Adriana, do Corinthians, se lesionar. Ela rompeu ligamento do joelho ao comemorar gol num clássico contra o Santos e foi cortada do grupo selecionável.

Já na viagem de preparação para o Mundial, na cidade de Portimão, em Portugal, a lateral-direita Fabiana sofreu lesão muscular na coxa. A jogadora do Internacional foi cortada da equipe e voltou ao Brasil para iniciar seu tratamento.

Decisão diferente teve a zagueira Erika, do Corinthians, que foi diagnosticada com lesão na panturrilha, também em Portimão, mas seguiu com a delegação canarinha rumo à França mesmo sabendo que não teria condições de entrar em campo na Copa do Mundo.

Principal jogadora da seleção, Marta, do Orlando Pride (EUA), também durante a estadia brasileira em Portugal, sofreu lesão muscular na coxa. A camisa 10 fez tratamento intensivo para ficar à disposição de Vadão na Copa, mas acabou poupada do jogo de estreia e somente conseguiu completar 90 minutos em campo ontem, no jogo de despedida do Brasil.

Não fosse a suspensão pelo segundo cartão amarelo, Formiga, do Paris Saint-Germain (FRA), seria desfalque do Brasil de toda forma no jogo contra a Itália, pela última rodada da fase de grupos do Mundial. A veterana havia sofrido entorse no tornozelo e estava vetada da partida pelo departamento médico.

Dois dias depois, Andressa Alves foi diagnosticada com lesão na coxa. A atacante do Barcelona, que mês passado disputou a final da Liga dos Campeões feminina, tornou-se desfalque também para o embate do Brasil contra a Itália e para o restante da Copa.

Encerrando a lista de desfalques, Cristiane, do São Paulo, sentiu dores na coxa e precisou ser substituída no primeiro minuto do segundo tempo da prorrogação do embate de ontem contra a França. Ela será reavaliada pelos médicos na próxima terça-feira já em solo brasileiro.

Ao longo de toda a trajetória brasileira ainda de preparação para a Copa do Mundo, Vadão já vinha alegando não ter controle sobre a situação física das jogadoras na medida em que cada uma vem de um diferente calendário conforme o país onde jogam. O discurso foi repetido na entrevista pós-eliminação.

Especificamente sobre a mais recente perda, Vadão lamentou a saída de Cristiane num momento em que a camisa 11 se desenhava como peça fundamental da estratégia brasileira de explorar o jogo aéreo para tentar desempatar o jogo. No fim das contas, já sem a atacante em campo, as anfitriãs foram quem balançaram as redes.

"Perdemos a Cristiane, uma cabeceadora, num momento em que sabíamos que teria muita jogada aérea. Naquele momento que a Cristiane saiu lamentei muito mais, eu sei que ela estava cansada, mas lamentei muito mais perder uma jogadora tão importante na jogada aérea, porque final de jogo todo mundo vai colocar a bola na área, não se preocupa mais tanto em se organizar. Na perda da Cristiane diminuímos também uma atleta na jogada aérea", argumentou o treinador.

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