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Peres solta nota sobre situação das finanças do Santos: 'Não há milagre'

Para melhorar contas do clube, Peres que aumentar receitas e controlar despesas - Marco Galvão/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Para melhorar contas do clube, Peres que aumentar receitas e controlar despesas Imagem: Marco Galvão/Fotoarena/Estadão Conteúdo

06/12/2018 18h00

Ciente da complicada situação financeira do Santos, em problemas oriundos de gestões antigas do clube, o presidente José Carlos Peres soltou uma nota oficial no site do clube, na qual prestou alguns esclarecimentos ao torcedor.

O Alvinegro ainda não tem técnico para a próxima temporada e espera a definição do novo comandante para por em prática o planejamento de 2019. O presidente, porém, fez um alerta: "não há milagre".

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O mandatário destacou alguns pontos importantes que podem ajudar o Santos a solucionar a longo prazo o problema e a curto prazo ao menos amenizar seus efeitos: aumentar as receitas e controlar as despesas. Isso implica em buscar mais patrocínios, contando com o bom trabalho do executivo de marketing Marcelo Frazão, e evitar ao máximo fazer "loucuras" no mercado de transferências.

A nota oficial do presidente é esclarecimento após a profunda análise das finanças santistas feita pelo jornalista Rodrigo Capelo. O dirigente ainda ponderou que pretende fazer o máximo esforço para equilibrar as finanças santistas.

Confira abaixo a nota feita pelo presidente José Carlos Peres:

Boa parte da torcida santista recebeu com alarde a análise do jornalista Rodrigo Capelo, ontem, no SporTV, a respeito da situação financeira do Santos FC.

Para nós da direção, entretanto, não é novidade. Desde que assumimos o clube, por questão de transparência e sobrevivência, sempre deixamos claro que a situação que encontramos era muito pesada. Catastrófica, até.

Porém, neste tempo de imediatismo e alarmismo de redes socais, onde, muitas vezes, criamos um culpado e um herói instantâneo, mil análises foram feitas sobre um situação que já se encontra no passado.

Capelo analisou nosso balançou do terceiro trimestre. De janeiro até setembro. E o raio-X não é nada animador.

Os mais atentos, porém, perceberam que ali não estava incluída a receita de venda do atacante Rodrygo ao Real Madrid, que será contabilizada apenas no ano que vem, pois no momento ela está registrada em receitas a apropriar.

Aqui é importante repetir que foi, por insistência nossa e parceria com o jogador, família e empresário, a venda mais alta da América Latina.

Vejam, é impossível sair do estágio de fundo do poço financeiro em que estávamos em janeiro e chegar ao ápice em apenas um ano.

Não há milagre.

Para tentar solucionar a questão temos, basicamente, três metas:

Aumentar receitas e controlar despesas. Sem que isso comprometa o nível técnico do futebol.

Não é fácil.

Não foi à toa resistimos ao máximo para investir em reforços no meio da temporada, além dos que chegaram no início do ano, casos de Gabriel, Dodô e Sasha.

Apesar da enorme pressão, naturalmente, sofrida, optamos por tentar não cavar um buraco ainda maior, e sermos austeros em quase todo os três primeiros trimestres, já que a situação exigia.

Os números mostrados pelo jornalista Rodrigo Capelo, que englobam janeiro até setembro, mostram que, de fato, não tínhamos condição de investir no futebol no primeiro semestre.

Com vendas de jogadores, as chegadas de novos patrocinadores, a presença da torcida nos jogos e o aumento da base do sócio torcedor, pudemos de forma pontual e estratégica, investir no elenco, com a chegada de 3 jogadores de nível de seleção e que foram fundamentais para nossa retomada.

Também na mesma época, com um pouco mais de fôlego, fizemos um alto investimento na comissão técnica, que também foi fundamental para evolução nos resultados.

Qual então seria o cenário ideal para os próximos dois anos?

Mesmo cientes da enorme dificuldade, queremos seguir com a receita alta, e a meta é tentar manter em 2019 o nível recorde de 2018.

Sabemos, não é fácil.

E tentar equilibrar custos. Principalmente os antigos e herdados, como impostos não recolhidos, acordos não pagos e transferências em aberto. E contratos vigentes que não se encontram mais nos planos do clube.

Nada disso será possível sem a ciência do torcedor da real situação em que o clube se encontra.

De um cenário em que arrecadávamos igual aos outros 3 grandes de São Paulo, entre 2010/2014, nós paramos no tempo. Ficamos muito atrás neste quesito e é hora da retomada.

Tenho certeza que quando conseguirmos todos colocar as contas em ordem, vamos deixar para trás o tempo perdido, e voltar a faturar de acordo com a grandeza, a história e a originalidade que apenas o Santos FC reúne.

José Carlos Peres