Estilo, sorte e calor: polainas vão parar no braço e ditam moda no 'braço de ferro'
Todo esporte tem suas tendências de moda, sejam camisetas de futebol, tênis de basquete ou biquínis de vôlei de praia. Na luta de braço, não é diferente. Mas o estilo dos competidores também reflete no que lhes pode beneficiar na hora de duelarem. No Mundial da modalidade, em São Vicente, é impossível não reparar nos atletas circulando com uma espécie de meião no braço.
São, na verdade, polainas, peças que são usadas normalmente no frio para cobrir pernas e pés. No “braço de ferro”, elas foram deslocadas para os membros superiores, para ajudar no aquecimento dos atletas. Mas, há quem também faça disso um meio de mostrar estilo próprio e se destacar dos rivais.
“Elas servem para manter uma boa temperatura no braço. Quanto mais quente, mais o sangue circula na região, e isso é melhor para quando vamos competir”, explica Mike West, veterano de 51 anos dos EUA.
Ele é um dos mais estilosos e leva em sua polaina um certo aspecto de sorte. Foi a avó de sua mulher quem fez a sua, com temática inspirada na bandeira norte-americana. O item já o acompanha há dez anos, e em três Mundiais ele faturou o ouro com sua companheira.
Muitas polainas tem imagens de braço de ferro e outras são apenas coloridas. O importante é manter o aquecimento, o que também é feito com pomadas.
“Muitos lutadores também passam gel antiinflamatório no braço. É mais um meio de se manter aquecido. Mas as polainas só podem ficar até a hora de competir, e tem de ser tiradas logo que chegamos à mesa”, explica Guilherme Veiga, carioca estreante em Mundiais.
Apesar de tudo, o técnico da seleção, Hamilton de Oliveira, afirma que isso acaba sendo apenas um detalhe, algo que pode ajudar psicologicamente um lutador.
“É mais uma coisa de confiança, para muitos atletas. Há quem use materiais de lã ou até os de natação para manter o calor melhor. A função maior é em países com clima frio, mas mesmo no Brasil muitos usam e isso os ajuda no lado mental”, explica ele.
São Vicente, no litoral paulista, recebe o 34º Mundial de luta de braço, sendo a quarta vez em que o país é sede. São 830 lutadores em ação por cerca de 45 países, competindo nas categorias para deficientes, masters, júnior e adulto. Todas tem competições no braço direito e esquerdo e com categorias feminina e masculina.
BRASIL SE DESTACA E FATURA 18 MEDALHAS EM DOIS DIAS
O Brasil conseguiu se mostrar como uma das forças da luta de braço e, após os dois primeiros dias, faturou 18 medalhas. Foram oito ouros, seis pratas e quatro bronzes, sendo que os primeiros dias de evento tiveram disputa no junior, master e deficientes. O destaque ficou para Chris Regiane, que faturou quatro títulos, todos que disputou. O sábado e o domingo são reservados para as disputas adultas, primeiro na mão esquerda e depois na direita.
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