Com musas e TV, eventos nacionais de MMA apostam no 'show' para firmar espaço

O termo UFC ainda é sinônimo de MMA para parte do público que passou a se interessar pelas artes marciais mistas. Mas, na cola da febre pelo maior evento da modalidade hoje em dia, eventos brasileiros estão tentando consolidar seu espaço e criar uma agenda nacional. Neste sábado, duas noitadas de lutas exemplificam isso, apostando em verdadeiros espetáculos de entretenimento para atingirem seus objetivos. Estrelas como ring girls, luzes e grandes ginásios estão no pacote.

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Em Manaus, o Amazon Forest Combat chega à sua segunda edição, com o trunfo da TV aberta, já que estreia parceria com a RedeTV! para transmissões ao vivo. Já o Jungle Fight 37 será realizado no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo (com SporTV), mantendo o seu formato de tentar revelar talentos para serem lançados no UFC. Em cada evento, a expectativa é de juntar até dez mil torcedores.

Apesar serem concorrentes e terem propostas distintas, os eventos se beneficiam do crescimento da modalidade, mesmo que ela ainda esteja muito ligada à volta do UFC ao país, com três edições no Rio em menos de um ano.

“Tudo melhorou depois disso. Agora é a hora de os grandes se estabelecerem e os pequenos saírem”, afirma Wallid Ismail, que dirige o Jungle Fight. “As coisas têm evoluído. Ainda é uma briga diária, mas a explosão é agora. Hoje temos seis patrocinadores, e a tendência é crescer, por ser um esporte forte de audiência.”

Se o Jungle Fight aposta em revelar talentos, o Amazon Forest Combat adere à proposta de contar com veteranos que já passaram pelo UFC. Em comum está o investimento em estruturas de primeira, com show de luzes, telões e ainda ring girls famosas. Em São Paulo, serão as ex-BBB Jacqueline Faria e Adriana Sant’Anna, além de Fabiana Frota. Em Manaus, a paraguaia Larissa Riquelme e as ex-panicats Nicole Bahls e Aryane Steinkopf desfilarão com as placas entre os rounds.

Mais do que lutas, os promotores vendem espetáculos, para atrair quem não quer ver apenas sopapos no ringue. “Nossa obrigação é fazer um show bonito, bem organizado e com boas lutas. A ideia é colocar um algo a mais que faça o MMA seguir atraindo a atenção de mais pessoas”, explica Marcelo Alex, organizador do AFC. A noitada na capital do Amazonas terá um duelo de ex-campeões do UFC, na revanche que Murilo Bustamante cederá a Dave Menne (EUA).

Concorrência

Apesar de ocorrerem em locais distintos e horários também diferentes, AFC e Jungle Fight não fazem questão de esconder a concorrência na briga para tentarem vingar como “maior evento da América Latina”.

“Sempre tivemos o objetivo de ser o 1º evento do país, o que é impossível sem uma TV aberta”, afirma Marcelo, do AFC. Apesar da criação recente da organização, os planos são de realizar uma terceira edição em São Paulo e introduzir cinturões, para atrair espectadores e também lutadores a participarem do evento.

A opção por atletas veteranos é ironizada por Wallid. “Não adianta colocar gente que não luta mais. As pessoas querem assistir a quem tem vontade de lutar. É como comparar futebol a showbol”, alfinetou, sem citar o nome da organização rival. O Jungle Fight costuma ser transmitido pelo canal Combate, pago, mas também negocia para tentar ingressar na TV aberta.

A RedeTV!, com o AFC, tenta retomar a imagem de “casa do MMA”, que teve quando transmitia reprises dos combates do UFC. Até por isso, colocou o evento de Manaus no mesmo horário em que passava o “UFC Sem Limites”, com o card principal marcado para 0h30 (de Brasília).

Também neste sábado, em Goiânia, acontece o Top Fight Brasil. O evento terá o ex-BBB Marcelo Dourado como árbitro e presenças como a de Maurício Shogun e do ex-campeão mundial de boxe Popó.