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Algoz de Wanderlei comemora por não ser vaiado e se solidariza com o brasileiro

Franklin comemora vitória após batalha de cinco rounds contra Wanderlei - Marcus Desimoni/UOL
Franklin comemora vitória após batalha de cinco rounds contra Wanderlei Imagem: Marcus Desimoni/UOL

Jorge Corrêa e Rafael Krieger

Do UOL, em São Paulo

25/06/2012 06h00

O norte-americano Rich Franklin teve um tratamento incomum em Belo Horizonte para quem veio de fora e estragou a festa do UFC 147 ao derrotar Wanderlei Silva no combate principal. Já em sua primeira aparição, no treino aberto no centro da cidade na quarta-feira passada, calou as vaias ao saudar o público em bom português. No octógono, foi aplaudido mesmo depois de vencer o anfitrião por decisão unânime.

Os 16 mil torcedores que lotaram o Mineirinho vibraram com o “quase nocaute” de Wanderlei no segundo round, se decepcionaram com o resultado, mas não vaiaram. Pelo contrário: aplaudiram a vitória de Franklin e reconheceram que os dois lutadores fizeram um dos melhores combates da noite.

Franklin foi menos vaiado que o brasileiro Vitor Belfort, a quem substituiu depois da lesão na mão esquerda que tirou o técnico to TUF Brasil do combate contra Wanderlei no Mineirinho. Por causa da desistência, Belfort assumiu o papel de vilão do evento e aliviou a pressão sobre o norte-americano.

“Sei que ninguém torceu para mim, mas também não fui vaiado. Até falei para a minha equipe que não foi tão ruim assim”, admitiu Franklin na coletiva após o evento.

O lutador de 37 anos já havia entrado como substituto em um duelo de técnicos do TUF, quando assumiu o lugar de Tito Ortiz contra Chuck Liddell no UFC 115.

“Já tinha lutado em outros países para ajudar a expandir o UFC, mas a minha vitória aqui no Brasil foi uma das mais gratificantes”, completou Franklin, que venceu Wanderlei pela primeira vez no UFC 99 realizado na Alemanha em 2009.

Ex-campeão dos pesos médios do UFC, Franklin perdeu o cinturão em 2007 para Anderson Silva, atual campeão da categoria. Aquela derrota em Cincinnati, sua cidade natal, foi lembrada para descrever a sensação de bater Wanderlei diante da torcida brasileira.

“Sei como ele se sente. Passei pela mesma coisa quando o Anderson Silva foi até a minha cidade lutar comigo e tirou o meu cinturão”, comentou Franklin.

Depois de cumprir seu dever com a organização e honrar o seu papel de substituto no UFC 147, o norte-americano espera uma contrapartida: ele quer a sua última luta pelo cinturão. “Acho que posso fazer mais uma disputa de cinturão antes de me aposentar. Já passou muito tempo desde minha última luta pelo título, e isso ainda é a minha meta. Depois de prestar a minha ajuda, espero que eu possa ser recompensado no futuro”, declarou Franklin.